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DIMENSÕES DE CONSCIÊNCIA – PARTE I A DIMENSÃO HUMANA: MENTE SOBRE MATÉRIA

Por: 15 de maio de 2018 Sem comentários

Por Zulma Reyo. Publicado originalmente em La Mujer Interior

Enquanto a matéria evolui, a Consciência se expande. Isto ocorre através da experiência direta, íntima e formidável das dimensões múltiplas do Ser.

Em nossas atividades normais, os sentidos físicos, em associação com o cérebro, captam e avaliam o mundo material. Ao mesmo tempo, possuímos sentidos sutis que percebem de forma não linear as faculdades espirituais que refletem forças invisíveis que se manifestam em diferentes extratos da Criação.

“Semelhante atrai semelhante”. Fazemos a conexão com cada nível sensorial, que vibra na mesma frequência, para acessar fenômenos físicos, mentais, emocionais e espirituais. Participamos dos processos da matéria, assim como os da luz, para finalmente acessarmos o pleno reconhecimento do fenômeno transcendente da divindade inerente.

As dimensões formam uma matriz com camadas ou dimensões de atividade que se assemelham a uma cebola. Cada dimensão contém uma série de frequências que serve a uma função particular. Pelo fato de podermos modular a consciência, a humanidade é a única espécie que se comporta em sintonia com mundo animal e que também se conhece como um ser em união com o divino. Habitualmente, limitamo-nos à matéria e à forma.

O primeiro desafio que uma pessoa enfrenta, quando quer conhecer a natureza do universo, é a transformação da percepção da dualidade para a conscientização de uma realidade interpenetrante, que é muito mais ampla. Nesta série, revelaremos como esta conscientização implica na modulação da consciência desde o mental ao holístico e, finalmente, a uma sensibilidade sutil que é puramente vivencial e alcança o núcleo do Ser. Ao vibrar em uníssono com certas frequências, acessamos os vários idiomas de um universo especialmente sensível.

Uma determinada dimensão tem função evolutiva própria com um ritmo vibratório específico que se conecta a outros ritmos em uma escala de complexidade crescente. A primeira e a segunda dimensões envolvem somente a matéria, mas refletem dinâmicas elementais de gestação, decomposição e recriação de matéria. Ressoam microcosmicamente como pressão que gesta a substância e o movimento em níveis inferiores ao da inteligência humana. Nosso corpo reflete esta atividade subatômica. Somos capazes de sugerir sua textura, cor, som e ritmo indiretamente por meio de uma observação focada em nossos próprios ritmos e pulsações. Certos batimentos, como os do tambor e de outros instrumentos tribais ritualísticos, facilitam estas percepções pela emissão de pulsações que acalmam a atividade cerebral – evitando a função linear – e fazendo conexão com a consciência biológica e geológica. É o fundamento do xamanismo.

Utilizo um sistema ou mapa de doze dimensões. Este estudo consiste de três partes que delineiam nossas habilidades potenciais e ajuda-nos a identificar os campos de vibrações dos quais se originam. Nesta Parte I, trataremos da escala básica da atividade humana, da Consciência na matéria: a dimensão humana que neste sistema envolve da terceira a sexta dimensões de Consciência.

A terceira dimensão está intrinsecamente vinculada as quarta, quinta e sexta dimensões, que são lineares e tecnológicas. Empregam a mente comum como uma extensão dos cinco sentidos físicos. Disto resultam os elementos emocionais, relacionais e psicológicos e formam a textura destas dimensões que refletem nossas necessidades físicas e sociais e os sistemas de comunicação e logística que utilizam.

Você conhece a história do cego dentro de uma caverna com um elefante? Pede-se ao cego que toque o animal e descreva as partes do seu corpo. O cego descreve cada parte de acordo com sua experiência imediata, traçando paralelos com sua realidade e expectativas. A cauda se parecia com uma cobra ou animal tubular. A pata se assemelhava a um tronco de arvore. As orelhas pareciam pertencer a um animal alado. O cego carecia de plena visão e, portanto, de um entendimento de como as partes funcionam no conjunto.

De forma semelhante, quando subimos uma montanha,observamos diferentes perspectivas do território ao redor. Quando estamos na base da montanha, percebemos atividade individual. Ao subir mais alto, somos capazes de observar interações com outros elementos. Nossa perspectiva se amplia. Somente no cume poderemos ver trezentos e sessenta graus ao nosso redor para compreender todos os acontecimentos simultâneos e díspares que ocorrem nas diferentes alturas e extensões do terreno.

A Dimensão Humana nesta faixa (da terceira a sexta dimensões) é criativa e exploratória da experiência da vida, onde a inteligência funciona setorial e sequencialmente. Tem capacidade para dividir o todo em partes e voltar a uni-las criando a possibilidade de aprender a construir, a desagregar e a reconstruir. Cada etapa compreende maior complexidade e intensidade.

A desvantagem deste processo é a fascinação que gera. Nossas criações repetem um padrão previsível. Nossa noção de tempo e de distância impõe uma predisposição linear e evolutiva que exige continuidade e fixação, deixando pouco espaço para a simultaneidade, a probabilidade e as expressões alternativas. O conjunto de dimensões humanas oferece interpretações, mas somente os humanos que se elevam são capazes de captar a totalidade de causa e efeito. Somos incapazes de intuir conceitos totalmente novos a menos que estejamos dispostos a nos adaptar a um foco mais sutil, não linear.

Surpreendentemente, o reino psíquico, erroneamente catalogado como habilidade espiritual, faz parte dos fenômenos deste setor tridimensional e relaciona-se estreitamente com as nossas projeções pessoais. A percepção extrassensorial espelha o mundo de causa e efeito que alimenta as necessidades específicas em uma realidade psicofísica.

A consciência humana, neste nível, pede conscientização e domínio. É neste ponto que desenvolvemos a flexibilidade e erguemos a base para as aptidões supramentais necessárias nas dimensões mais altas. A conscientização e o domínio na terceira dimensão constituem a primeira iniciação em qualquer tradição esotérica.

Claramente, nosso corpo é uma unidade composta por diversas partes. A pessoa capacitada vê que nossa forma está estruturada em camadas de substâncias progressivamente mais sutis, estendendo-se eletromagneticamente no campo áurico e continuando até formar uma aquarela primorosa de partículas ultra suaves de luz que constitui a irradiação arco-íris do espírito.

O corpo físico possui seu próprio idioma. As emoções emitem ondas com cores e qualidades específicas. Uma ondulação cintilante de partículas sutis é a linguagem da consciência do corpo. Sua natureza é sensível e relativa. Nossas mentes projetam frequências direcionais por meio do pensamento e da imagem que, aparentemente, funcionam independente e abstratamente, mas que, na realidade, derivam sua qualidade de mobilidade emocional e da vitalidade física.

O propósito da consciência na terceira dimensão é construir uma ponte entre o eu elemental instintivo e a autoconsciência que eventualmente florescerá em Consciência do Eu. Os relacionamentos são o campo de treinamento. Aqui, nos comunicamos uns com os outros e, com frequência, mandamos mensagens físicas, mentais e emocionais que se contradizem. Nossa atmosfera global é uma rede de ondas e fios frenéticos tecidos pela humanidade e suas criações. Absorvemos impressões dos meios, das nossas famílias, do estranho com quem cruzamos na rua. Mesmo que desconectemos nossa mente ou nos distraiamos, o corpo, a mente e o campo emocional estão constantemente absorvendo poluição ambiental e humana.

Em outro nível, a cada vez que pensamos, visualizamos, imaginamos ou recordamos algo, estamos estendendo nossas habilidades mentais para a quarta dimensão. A quinta dimensão oscila ligeiramente mais rápido, enquanto ritmo e qualidade, e é responsável pelo planejamento, especulação, associação e dedução lógica. Em associação à quarta dimensão, trabalha com modelos, sendo capaz de perceber o todo e as partes. Neste nível, acessamos os padrões existentes, seja de um vestido que estejamos costurando ou um modelo de avião que estejamos construindo.

As soluções neste nível aparecem como probabilidades. Esta aptidão é empregada globalmente na mecânica da estratégia militar. Estes são os espaços associativos a partir dos quais formulamos uma lista de compras e integramos eventos do passado. Na psicologia moderna, é o alcance da introspecção e da flexibilidade criativa.

A sexta dimensão é associativa e dinâmica, isolada dos aspectos práticos da terceira dimensão, mesmo que a sirva. A habilidade mental nesta dimensão permite a execução e a compreensão da mecânica da tecnologia de computadores e a pintura abstrata moderna. Alcança um nível criativo de possibilidades.  Estamos em contato com esta dimensão quando abrimos mão da maneira rígida de ver as coisas e permitimos processos de desintegração e de reformulação.

Na terceira dimensão, o corpo nos oferece estabilidade, as emoções nos proporcionam flexibilidade e a mente nos empresta ferramentas conceituais para manejo das ideias. Normalmente, aprenderíamos sobre o domínio da consciência neste nível por meio das lições que a vida nos traz, mas as condições de hoje são diferentes. A humanidade já está bastante avançada na quarta dimensão, assim como está ativa, em número crescente de indivíduos que vivem, respiram e dão vida aos avanços tecnológicos, na quinta e na sexta dimensões na Internet e na pesquisa científica. A percepção nestas três dimensões subjacentes se desdobra como raciocínio intelectual, acadêmico, informativo, estratégico e abstrato.

Cria-se, então, uma situação sem precedentes. Este campo de atividade é tão absorvente que os detalhes da vida diária, ou seja, os sentimentos, são totalmente anulados. Neste momento da história, o enfoque desmedido na atividade mental evidencia uma brecha enorme entre o intelecto e o corpo físico, tornando-se um espaço especialmente pantanoso em relação às emoções. Os “frikis” notoriamente evitam as emoções. Isto constitui um problema já que a vida mais sutil e complexa é essencialmente sensível.

Quando aprendemos a ocupar nosso corpo plenamente e há coerência em nossos pensamentos, emoções e ações, as energias responsáveis por estas funções atingem um campo maior de atividade. Espontaneamente, uma esfera luminosa de proteção surge ao nosso redor permitindo a percepção sem distorção egóica na próxima escala de atividades dimensionais.  A fronteira protetora que surge reflete a maneira como refinamos nossa mente, emoções e corpos. A estabilidade vibratória é um pré-requisito para cumprir o primeiro principio na senda da maestria: colocar a vontade pessoal a serviço da vontade superior.

A próxima série de dimensões requer habilidades totalmente diferentes que não serão acessíveis a menos que a primeira série seja dominada. Envolve flexibilidade emocional e mental.

Tradução: Claudia Avanzi