alquimiainteriorbrasil – Alquimia Brasil https://alquimiainteriorbrasil.com.br Fri, 08 Dec 2023 19:19:02 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.9.25 https://alquimiainteriorbrasil.com.br/wp-content/uploads/2018/10/cropped-favicon-32x32.png alquimiainteriorbrasil – Alquimia Brasil https://alquimiainteriorbrasil.com.br 32 32 DIMENSÕES DE CONSCIÊNCIA – Parte III – DIMENSÕES TRASCENDENTES: O MUNDO ESPIRITUAL https://alquimiainteriorbrasil.com.br/dimensoes-de-consciencia-parte-iii-dimensoes-trascendentes-o-mundo-espiritual/ Fri, 20 Jul 2018 14:40:06 +0000 http://alquimiainteriorbrasil.com.br/?p=596 Por Zulma Reyo. Publicado originalmente em lamujerinterior.es

Este nível dimensional requer menor esforço e, por esta razão, é mais difícil de explicar. O ser humano não está acostumado a alcançar metas sem aplicar uma intenção focada e deliberada, com estresse e desgaste que caracterizam a perspectiva linear das dimensões inferiores. Ordinariamente, a importância está na meta determinada pela mente. Observemos que existem muitas técnicas para meditar, mas todas elas centram-se em algum artifício para estancar a mente. Ou seja, fazer algo que detenha o monopólio do pensamento para poder apreciar e fluir de maneira não mental com a totalidade da vida manifestada e não manifestada. Isto pode demorar anos de práticas ou somente alguns segundos de entrega para brindar a experiência da iluminação.

No passado, a iluminação sugeria retirarmo-nos da vida diária. Hoje, o desenvolvimento da raça humana traz outra necessidade evolutiva. O contato consciente com as dimensões mais sutis provoca o desejo de trazer suas qualidades para o mundo tangível, acessando e decodificando a verdade em cada nível. A pessoa converte-se em uma ponte para a construção de um mundo melhor, um servidor para o mundo.

Quando concebemos a ação perfeita, quando visualizamos a beleza e o sagrado, quando buscamos a verdade ou empregamos a razão como era concebida pelos gregos antigos, estamos em harmonia com estes campos dimensionais mais amplos.

Quanto mais alta a frequência vibratória da Consciência, mais translúcida e vasta será sua textura e mais sutil a sensibilidade. Neste estado exaltado, a percepção já não é linear ou global. É esférica e concêntrica estendendo-se a um horizonte ilimitado. O ser humano, mais do que forma, é um perfume e a vida se revela como um oceano de transformação infinita. A experiência em oração e meditação profunda faz com que nos sintamos indescritivelmente abençoados e amados (Veja “Conheça-te IX – Aspectos da Consciência”).

Nas Partes I e II desta série, vimos como os sentidos físicos e sutis funcionam. Os sentidos espirituais ou internos são catalisados por meio da participação do ser humano na ressonância ou irradiação que surge em seu interior, na ausência de distrações materiais. A espiritualidade abraça todas as dimensões do Ser, desde os níveis da essência pré-conceituais e pré-substanciais. Define uma vida vivida profunda e intensamente, sem juízo ou qualquer outra forma de escapismo.

Esta última faixa de frequências dimensionais emprega a faculdade da Consciência conhecida como a “Não mente”. Neste nível, “saber” é viver sob o reflexo da nossa própria Presença que contém a totalidade.

Enquanto a linha de demarcação entre as dimensões materiais e holísticas tem determinada amplitude, a que existe entre as dimensões holísticas e espirituais tem determinada profundidade. Nas dimensões holísticas, a noção de tempo não existe. Tudo ocorre no aqui e agora eternos. Não há aonde ir. Não há necessidade de máquinas ou artifícios técnicos ou esotéricos, rituais ou procedimentos especiais, foco ou cálculo. A frequência do nosso espírito combina exatamente com toda a vida.

A vida, como a entendemos, manifesta-se por meio de diferentes proporções de substância e consciência. Nas dimensões inferiores, a pressão material da substância é maior. A consciência serve para modelá-la e guiá-la. Na medida em que vamos progredindo, a consciência aumenta e a matéria serve de mero recipiente e transmissor. Nos níveis mais altos, a Consciência é suprema. Existe apenas uma insinuação de substância. A espiritualidade é a exaltação da matéria como espaço. As formas dimensionais superiores são tão vastas como transparentes.

Imagine um corpo humano do tamanho de uma galáxia e poderá compreender o que é a estrutura destes níveis. Existe pouca “substância” nas dimensões espirituais. Em contraste, a pressão do espaço é mais intensa do que na matéria. Se fossemos viver nestas dimensões fisicamente, seria impossível sustentar a pressão atômica. A luz vibra em uma frequência muito mais elevada do que a matéria. Pense em um astronauta no espaço sem seu traje. Um indivíduo, que não está preparado física e mentalmente para sustentar as voltagens ativadas nestes níveis, alucinaria, imaginaria ou negaria experiências que facilmente seriam identificadas como um estado de loucura.

No meu sistema, a décima é a primeira das dimensões espirituais. Nós a alcançamos por meio da oração e da meditação. Nosso animo fica tão exaltado que espontaneamente evocamos níveis do espaço interior. No entanto, normalmente, nos voltamos para ela depois de grande frustração e em tempos de necessidade quando nada mais parece nos ajudar. O “céu”, o “nirvana” ou o “samadi” descrevem um estado receptivo sem conteúdo que se alimenta da frequência da luz que também está presente no centro da estrutura atômica. Por esta razão é nutritiva.

O contato com os seres dos elementos e o poder arcangélico neste nível traduz-se em êxtase angélico e na intuição da perfeição. É um lugar ao qual regressamos tantas vezes quanto as oportunidades que criamos para isto. É acessível a todos em tempos de necessidade quando a alma pede. O coração mais simples é o que está mais próximo desta frequência.

Para a mente mais complexa, alcançar este estado de consciência não é tão fácil. Nesta dimensão, não há lugar para a personalidade ou para a preocupação com o mundo material. Não há identidade. Para atingir este estado de consciência e sustentá-lo, a pessoa retorna à sua qualidade particular de espírito sem a importância pessoal.

Na faixa média das dimensões, a mente superior alcançou um estado de plenitude comparável a uma amplificação holográfica de todas as faculdades simultaneamente. A chave para a compreensão foi a sensibilidade. O estado de Ser neste nível amplia a percepção interior para incluir o auge emocional como puro sentimento, além das emoções qualificadoras. Para a dimensão humana, isto aparece como a não forma e espaço, mas como inteligência pura essencial. Deste ponto, contemplamos a atividade geradora transcendental.

Aqui falamos de refúgio e descanso, inspiração e o tipo de segurança e autoconfiança que emerge do fato de sabermos que somos vistos e amados por nosso “Eu”. É um plano divino pleno de alegria e vitalidade. Sua função em nossa escala de frequências é inspirar esperança, aquietando a mente e elevando a emoção para um plano de perfeição, beleza e luminosidade. É um reino de união e individuação que nos transporta das limitações da matéria ao sublime.

A experiência da décima primeira dimensão é pouco comum. A razão disso é que estas frequências são tão demolidoramente intensas que devemos abandonar, mesmo que momentaneamente, o formato tênue da nossa forma física e todos os apegos que ela implica. A experiência de quase morte corresponde a esta dimensão. Os místicos e seres iluminados que chegam a este nível transmitem Vida, mas não a vivem como nós. Não têm necessidade de palavras. Sua mera Presença transmite divindade.

Esta é o espaço dos bodisatvas e dos guardiões das grandes religiões. É o lugar do “Eu Sou”. Cada vez que aspiramos por servir a humanidade e perguntamo-nos como poderíamos fazê-lo, contatamos as fontes que surgem deste plano. Ocasionalmente, algumas experiências em sonhos acontecem neste nível dimensional. Nestes estados, contatamos mestres no caminho da iniciação e trazemos de volta memórias vibrantes. Como última parada para a experiência planetária, esta dimensão responde às necessidades da alma humana que busca novos paradigmas e combinações para a vida na terceira dimensão. Elevam-se aqui para receber a faísca de inspiração que logo será decodificada como “revelação”.

A experiência da Consciência na décima primeira dimensão oferece o ponto focal de oscilação que constitui chave energética eterna ou nossa identidade. Tem sido chamado de “nome secreto”. É uma combinação de frequências do espírito exclusiva para cada um em nossa longa jornada por todas as dimensões.

A dimensão mais elevada de todas, em nosso sistema evolutivo, é um estado indiferenciado de pura irradiação, uma Fonte. A décima segunda dimensão é um ponto de referência teórico. Representa o Estado de Ser Absoluto, um estado de pura irradiação no umbral de um sistema maior de Consciência.

Ansiamos por esta altura suprema como divindade para nos preencher com a qualidade espiritual que nos guia e sustenta. Através da participação nas dimensões inferiores, constantemente recebemos seu fluxo, mas não podemos tocá-la tangivelmente. Nós sentimos esta dimensão, mas não podemos vê-la. Está ao nosso redor, mas estamos sempre nos esquivando. Está dentro de nós e, mesmo assim,… não a compreendemos.

 

CONCLUSÃO

As dimensões mostram um sistema de transferência energética que responde a cada necessidade que temos. Ilustram a jornada do espírito ao concentrar e condensar a Consciência e a matéria gradualmente até definir nossas aptidões humanas. A frase “viagem de retorno” refere-se simplesmente à reintegração destas formas e aptidões em todas as dimensões do Ser. Nosso próprio potencial ressoa em sintonia com todas as épocas e aspectos da criação. Em cada nível de Consciência, recuperamos e empregamos um tipo de força que nos permite acessar as respostas.

Ao trazer estas forças de volta à realidade física, o nível de preparação mental que possuímos, segundo nosso condicionamento social, é que nos concederá a maneira de desenredar as impressões e traduzi-las de formas úteis. Para isto, é necessária uma mente disciplinada e uma sensibilidade treinada que possibilitarão agregar em profundidade e neutralidade, ressoando empaticamente. Não importa se não estamos conscientes do nível exato de atividade dimensional. A realização, a alegria, a verdade, a revelação e a sabedoria estão acessíveis aos que se afinam sinceramente a estas frequências.

O propósito de escrever esta série “Dimensões da Consciência” foi o de revelar as dinâmicas da inteligência como Consciência que excedem até a tecnologia mais sofisticada. Tenho a esperança de que, nesta etapa da história humana, evitemos os erros do passado e, ao nos orientarmos para um mundo melhor, desenvolvamos as qualidades sensíveis da emoção e da compaixão humanas que conduzem à manifestação da Perfeição, o céu sobre a terra.

Em nossa jornada pela experiência humana, nenhuma dimensão é melhor ou pior que outra. Somente na terceira dimensão, almas de variadas especializações dimensionais se encontram e interagem para se desafiar e inspirar mutuamente. As pessoas tem mais afinidade com os atributos de uma ou várias dimensões, mas existimos e funcionamos nelas, mesmo que não estejamos conscientes disto… ainda.

Tradução: Claudia Avanzi

 

]]>
DIMENSÕES DE CONSCIÊNCIA – Parte II DIMENSÕES HOLÍSTICAS: A DINÂMICA DA VERDADE https://alquimiainteriorbrasil.com.br/dimensoes-de-consciencia-parte-ii-dimensoes-holisticas-a-dinamica-da-verdade/ Sat, 16 Jun 2018 01:15:55 +0000 http://alquimiainteriorbrasil.com.br/?p=577 Por Zulma Reyo. Publicado originalmente em La Mujer Interior

O mais importante a ser considerado por um buscador da verdade é a maneira como sua conduta repercute no mundo. Em outras palavras, a qualidade que emitimos como consequência de nossos interesses. Este próximo nível de dimensões exige deixar de lado as preocupações pessoais, o que abre o caminho para a sabedoria.

Fomos criados para “saber”.

Se quiséssemos, poderíamos nos sintonizar com o fluxo sanguíneo e saberíamos quando algo não está bem. Poderíamos, também, compreender uma perspectativa totalmente diferente da que temos habitualmente. Poderíamos viajar no tempo ou ler as impressões de uma remota antiguidade sem ajuda tecnológica ou raciocínio científico. Poderíamos fazer todas estas coisas e trazer informação que não estivesse contaminada pela mente calculista e interesseira das dimensões inferiores. O fato de que, em grande medida, não sabemos o que poderíamos saber reflete a teimosia com que nos aferramos à importância pessoal.

Nas dimensões humanas básicas, aprendemos a manejar os detalhes física e mentalmente, a projetar ideias e dar colorido às nossas criações com matizes carregados de emoções. Usando as faculdades mentais superiores, podemos atrair, intuir, inferir, induzir e conectar-nos  com toda a vida por meio do espaço e do tempo.

A Consciência neste segundo conjunto de dimensões começa no nível holístico perceptivo e estende- se à experiência conceitual de pura dinâmica. Inclui da sétima à nona dimensões de Consciência, empregando a inteligência sensível do coração como Mente Superior (veja “Conheça-te IV – Mente” e “Conheça-te V – Consciência”). Sua extensão é mais sutil do que qualquer concepção originária dos meios intelectuais e acadêmicos ou dos reflexos emotivos dos mundos psíquicos ou astrais.

Infelizmente, não existem pessoas formadas em número suficiente para compreender a realidade dos múltiplos níveis que habitamos, sem distorcê-la com crenças e superstições. Flashes ocasionais de intuição são quase sempre desejos fantasiosos ou medos projetados fora de contato real com o campo vibrante da Realidade. Para acessar corretamente a natureza dinâmica da Criação, temos que abandonar os princípios cartesianos limitantes que circunscrevem a realidade ao nível físico, tátil ou ao que vemos e sentimos diretamente. Igualmente, temos que nos livrar da esperança de que um pai barbudo no céu nos protegerá se nos comportarmos bem e como um comandante em chefe de uma hoste de benfeitores alados invisíveis afastará o mal. O que de fato se necessita é a autoconfiança nascida da experiência e uma postura integrada.

A partir deste ponto, a percepção nubla-se facilmente com as sombras do mundo fenomenológico inferior. Só uma mente que discrimina poderá distinguir a verdade da imitação. Este segundo conjunto de dimensões requer habilidade para discernir. Começa quando confiamos plenamente em nós mesmos, não pelo que podemos fazer ou representar, mas pelo “o que somos”: uma Presença interior. No caminho das formas superiores de percepção, anda-se solitariamente, com integridade, disciplina e o tipo de pureza que vem da devoção pela Verdade.

A sétima dimensão se popularizou com o auge da nova era. É o campo dos arquétipos junguianos e da perspectiva histórica, o fundamento da neutralidade holística e da humanidade. Ao invés de surgir do excesso emocional, o sentimento que colore este nível responde à clara intuição de que a Perfeição, a Justiça e o Plano Divino de fato existem e que fazemos parte dele integralmente.

Neste ponto, o místico e o científico se encontram em suas respectivas habilidades para se concentrarem em um fim. Por amor ao ideal, eles sabem o que é perseverar através dos obstáculos de todos os dias. Neste nível, a emoção elevada e a mente pura tornam-se conceitos idênticos.

A sétima dimensão é o lugar de convergência do tempo e da distancia. Passado, presente e futuro se abraçam como uma experiência energética de totalidade. É nítida a distinção entre as funções inferiores da mente, que escaneia o detalhe e alcança a abstração, e a mente superior, que vê além das divisões, de forma global e coerente. A sétima, oitava e nona dimensões trabalham estreitamente relacionadas, como o fazem as quarta, quinta e sexta dimensões no primeiro nível de conscientização na matéria.

A oitava dimensão é um nexo potente de vórtices dinâmicos de potencial energético. Quando alcançamos esta faixa de frequências, sentimos o impulso que permitirá nos conectar com novas possibilidades e configurações da nona dimensão. Quando queremos saber alguma coisa e não temos as ferramentas lógicas para isto, involuntariamente recorremos às frequências da oitava dimensão. Sua direcionalidade, voltada a um propósito, induz à busca e nos encontramos vibrando com um poder que abrange tempo e espaço e que não se detém até alcançarmos a condição que nos trará a resposta. É puro dinamismo e catalisa o momento do “eureca” ou iluminação que define o descobrimento e a profecia.

De certa forma, as oitava e nona dimensões são semelhantes ao mundo fantasioso de naves espaciais e criaturas etéreas e aladas. Prevalece o sistema, a clareza, a complexidade e a ordem paralela. As formas aparecem como movimento luminoso e a experiência de transporte é instantânea. Mas, não é fantasia. As frequências destas dimensões catalisam conhecimento e precipitam revelações que trazemos ao nosso mundo concreto.

A nona dimensão evoca o estado de devaneio de um músico, um matemático ou um cientista. É um estado sutil de Ser que vive, respira e compreende o mundo único de notas musicais, números e fórmulas. A dimensão emana forma e medida, comunicação e transporte harmoniosamente.

Nesta faixa média, as imagens, sensações e qualificações energéticas nos servem de guias. Para perceber a emanação nestes níveis, ao invés da forma, usamos involuntariamente os “sentidos sutis”. As palavras não podem descrever o que percebemos. A compreensão chega por meio da analogia e de uma espécie de associação poética. Estes sentidos são mais sutis e se fundem. Aparecem através do corpo, mas não fazem parte dele. Percebemos através da audição e vemos por meio do odor, do toque e do tom. Sentimos em cores e conhecemos o sabor do correto ou do equivocado de uma condição.

Esta escala é o reino natural da mulher evoluída e do homem agraciado com o gênio intuitivo. É também um espectro que, mesmo ativo em toda a humanidade, não é reconhecido ou valorizado suficientemente, mesmo porque é confundido com a ilusão sentimental.

Permita-me dar alguns exemplos do tipo de percepção sobre a qual estou falando. Para compreender uma pessoa, um evento, uma tendência ou um processo evolutivo, uma pessoa inteligente conecta-se intuitivamente a uma faculdade cognitiva que é dual ou múltipla porque se dirige a um principio unitário além da diversidade. Estas são as frequências da sétima, oitava e nona dimensões. Este é o reino do diplomata e do físico quântico. Estas dimensões concebem passado, presente e futuro como uma unidade e oferecem-nos probabilidades.

Quando consideramos a Paz em um contexto de inocência, estamos lidando com um conceito holístico que é uma condenação da ideia de tolerância entre partes díspares. O primeiro ocorre na sétima dimensão; o segundo pertence aos níveis lineares comuns do pensamento. Visões de processos deste tipo que compreendem forma e medida globais, que inspiram irmandade, não brotam do cérebro, mas da inteligência sensível do coração, que desperta por meio de preocupações profundamente humanas, uma mescla de sentimentos e compreensão de Justiça.

Estas vibrações mais sutis definem estados de Ser que são intensamente dinâmicos. As mentes e corpos que estão imersos em juízos tridimensionais são incapazes de vibrar em ressonância com elas. Pelo contrário, reagem com ódio, egoísmo e mais separação.

A influência destas dimensões, particularmente a sétima, é muito forte neste momento. Oferece uma chave importante para a transformação e eventual transmutação do nosso mundo. Este tipo de inteligência provê nossa civilização de compreensão global que ressoa com o Cristo ou a Mente Superior. Possivelmente, um grande número de seres humanos, que já integraram o passado com o futuro, está posicionado aqui.

Se fôssemos deter o movimento do tempo e o vivêssemos em um espaço compacto, poderíamos compreender o que é a tremenda pressão da experiência nas dimensões superiores. Existe um anseio insuportável e incontrolável do coração de cada ser humano pela busca da Verdade, da Beleza, do Amor e da Harmonia que se manifesta em uma faixa mais sutil de frequências dimensionais, como a experiência verdadeiramente espiritual.

Estudaremos esta experiência em breve.

Tradução: Claudia Avanzi

]]>
DIMENSÕES DE CONSCIÊNCIA – PARTE I A DIMENSÃO HUMANA: MENTE SOBRE MATÉRIA https://alquimiainteriorbrasil.com.br/dimensoes-de-consciencia-parte-i-a-dimensao-humana-mente-sobre-materia/ Wed, 16 May 2018 01:08:55 +0000 http://alquimiainteriorbrasil.com.br/?p=575 Por Zulma Reyo. Publicado originalmente em La Mujer Interior

Enquanto a matéria evolui, a Consciência se expande. Isto ocorre através da experiência direta, íntima e formidável das dimensões múltiplas do Ser.

Em nossas atividades normais, os sentidos físicos, em associação com o cérebro, captam e avaliam o mundo material. Ao mesmo tempo, possuímos sentidos sutis que percebem de forma não linear as faculdades espirituais que refletem forças invisíveis que se manifestam em diferentes extratos da Criação.

“Semelhante atrai semelhante”. Fazemos a conexão com cada nível sensorial, que vibra na mesma frequência, para acessar fenômenos físicos, mentais, emocionais e espirituais. Participamos dos processos da matéria, assim como os da luz, para finalmente acessarmos o pleno reconhecimento do fenômeno transcendente da divindade inerente.

As dimensões formam uma matriz com camadas ou dimensões de atividade que se assemelham a uma cebola. Cada dimensão contém uma série de frequências que serve a uma função particular. Pelo fato de podermos modular a consciência, a humanidade é a única espécie que se comporta em sintonia com mundo animal e que também se conhece como um ser em união com o divino. Habitualmente, limitamo-nos à matéria e à forma.

O primeiro desafio que uma pessoa enfrenta, quando quer conhecer a natureza do universo, é a transformação da percepção da dualidade para a conscientização de uma realidade interpenetrante, que é muito mais ampla. Nesta série, revelaremos como esta conscientização implica na modulação da consciência desde o mental ao holístico e, finalmente, a uma sensibilidade sutil que é puramente vivencial e alcança o núcleo do Ser. Ao vibrar em uníssono com certas frequências, acessamos os vários idiomas de um universo especialmente sensível.

Uma determinada dimensão tem função evolutiva própria com um ritmo vibratório específico que se conecta a outros ritmos em uma escala de complexidade crescente. A primeira e a segunda dimensões envolvem somente a matéria, mas refletem dinâmicas elementais de gestação, decomposição e recriação de matéria. Ressoam microcosmicamente como pressão que gesta a substância e o movimento em níveis inferiores ao da inteligência humana. Nosso corpo reflete esta atividade subatômica. Somos capazes de sugerir sua textura, cor, som e ritmo indiretamente por meio de uma observação focada em nossos próprios ritmos e pulsações. Certos batimentos, como os do tambor e de outros instrumentos tribais ritualísticos, facilitam estas percepções pela emissão de pulsações que acalmam a atividade cerebral – evitando a função linear – e fazendo conexão com a consciência biológica e geológica. É o fundamento do xamanismo.

Utilizo um sistema ou mapa de doze dimensões. Este estudo consiste de três partes que delineiam nossas habilidades potenciais e ajuda-nos a identificar os campos de vibrações dos quais se originam. Nesta Parte I, trataremos da escala básica da atividade humana, da Consciência na matéria: a dimensão humana que neste sistema envolve da terceira a sexta dimensões de Consciência.

A terceira dimensão está intrinsecamente vinculada as quarta, quinta e sexta dimensões, que são lineares e tecnológicas. Empregam a mente comum como uma extensão dos cinco sentidos físicos. Disto resultam os elementos emocionais, relacionais e psicológicos e formam a textura destas dimensões que refletem nossas necessidades físicas e sociais e os sistemas de comunicação e logística que utilizam.

Você conhece a história do cego dentro de uma caverna com um elefante? Pede-se ao cego que toque o animal e descreva as partes do seu corpo. O cego descreve cada parte de acordo com sua experiência imediata, traçando paralelos com sua realidade e expectativas. A cauda se parecia com uma cobra ou animal tubular. A pata se assemelhava a um tronco de arvore. As orelhas pareciam pertencer a um animal alado. O cego carecia de plena visão e, portanto, de um entendimento de como as partes funcionam no conjunto.

De forma semelhante, quando subimos uma montanha,observamos diferentes perspectivas do território ao redor. Quando estamos na base da montanha, percebemos atividade individual. Ao subir mais alto, somos capazes de observar interações com outros elementos. Nossa perspectiva se amplia. Somente no cume poderemos ver trezentos e sessenta graus ao nosso redor para compreender todos os acontecimentos simultâneos e díspares que ocorrem nas diferentes alturas e extensões do terreno.

A Dimensão Humana nesta faixa (da terceira a sexta dimensões) é criativa e exploratória da experiência da vida, onde a inteligência funciona setorial e sequencialmente. Tem capacidade para dividir o todo em partes e voltar a uni-las criando a possibilidade de aprender a construir, a desagregar e a reconstruir. Cada etapa compreende maior complexidade e intensidade.

A desvantagem deste processo é a fascinação que gera. Nossas criações repetem um padrão previsível. Nossa noção de tempo e de distância impõe uma predisposição linear e evolutiva que exige continuidade e fixação, deixando pouco espaço para a simultaneidade, a probabilidade e as expressões alternativas. O conjunto de dimensões humanas oferece interpretações, mas somente os humanos que se elevam são capazes de captar a totalidade de causa e efeito. Somos incapazes de intuir conceitos totalmente novos a menos que estejamos dispostos a nos adaptar a um foco mais sutil, não linear.

Surpreendentemente, o reino psíquico, erroneamente catalogado como habilidade espiritual, faz parte dos fenômenos deste setor tridimensional e relaciona-se estreitamente com as nossas projeções pessoais. A percepção extrassensorial espelha o mundo de causa e efeito que alimenta as necessidades específicas em uma realidade psicofísica.

A consciência humana, neste nível, pede conscientização e domínio. É neste ponto que desenvolvemos a flexibilidade e erguemos a base para as aptidões supramentais necessárias nas dimensões mais altas. A conscientização e o domínio na terceira dimensão constituem a primeira iniciação em qualquer tradição esotérica.

Claramente, nosso corpo é uma unidade composta por diversas partes. A pessoa capacitada vê que nossa forma está estruturada em camadas de substâncias progressivamente mais sutis, estendendo-se eletromagneticamente no campo áurico e continuando até formar uma aquarela primorosa de partículas ultra suaves de luz que constitui a irradiação arco-íris do espírito.

O corpo físico possui seu próprio idioma. As emoções emitem ondas com cores e qualidades específicas. Uma ondulação cintilante de partículas sutis é a linguagem da consciência do corpo. Sua natureza é sensível e relativa. Nossas mentes projetam frequências direcionais por meio do pensamento e da imagem que, aparentemente, funcionam independente e abstratamente, mas que, na realidade, derivam sua qualidade de mobilidade emocional e da vitalidade física.

O propósito da consciência na terceira dimensão é construir uma ponte entre o eu elemental instintivo e a autoconsciência que eventualmente florescerá em Consciência do Eu. Os relacionamentos são o campo de treinamento. Aqui, nos comunicamos uns com os outros e, com frequência, mandamos mensagens físicas, mentais e emocionais que se contradizem. Nossa atmosfera global é uma rede de ondas e fios frenéticos tecidos pela humanidade e suas criações. Absorvemos impressões dos meios, das nossas famílias, do estranho com quem cruzamos na rua. Mesmo que desconectemos nossa mente ou nos distraiamos, o corpo, a mente e o campo emocional estão constantemente absorvendo poluição ambiental e humana.

Em outro nível, a cada vez que pensamos, visualizamos, imaginamos ou recordamos algo, estamos estendendo nossas habilidades mentais para a quarta dimensão. A quinta dimensão oscila ligeiramente mais rápido, enquanto ritmo e qualidade, e é responsável pelo planejamento, especulação, associação e dedução lógica. Em associação à quarta dimensão, trabalha com modelos, sendo capaz de perceber o todo e as partes. Neste nível, acessamos os padrões existentes, seja de um vestido que estejamos costurando ou um modelo de avião que estejamos construindo.

As soluções neste nível aparecem como probabilidades. Esta aptidão é empregada globalmente na mecânica da estratégia militar. Estes são os espaços associativos a partir dos quais formulamos uma lista de compras e integramos eventos do passado. Na psicologia moderna, é o alcance da introspecção e da flexibilidade criativa.

A sexta dimensão é associativa e dinâmica, isolada dos aspectos práticos da terceira dimensão, mesmo que a sirva. A habilidade mental nesta dimensão permite a execução e a compreensão da mecânica da tecnologia de computadores e a pintura abstrata moderna. Alcança um nível criativo de possibilidades.  Estamos em contato com esta dimensão quando abrimos mão da maneira rígida de ver as coisas e permitimos processos de desintegração e de reformulação.

Na terceira dimensão, o corpo nos oferece estabilidade, as emoções nos proporcionam flexibilidade e a mente nos empresta ferramentas conceituais para manejo das ideias. Normalmente, aprenderíamos sobre o domínio da consciência neste nível por meio das lições que a vida nos traz, mas as condições de hoje são diferentes. A humanidade já está bastante avançada na quarta dimensão, assim como está ativa, em número crescente de indivíduos que vivem, respiram e dão vida aos avanços tecnológicos, na quinta e na sexta dimensões na Internet e na pesquisa científica. A percepção nestas três dimensões subjacentes se desdobra como raciocínio intelectual, acadêmico, informativo, estratégico e abstrato.

Cria-se, então, uma situação sem precedentes. Este campo de atividade é tão absorvente que os detalhes da vida diária, ou seja, os sentimentos, são totalmente anulados. Neste momento da história, o enfoque desmedido na atividade mental evidencia uma brecha enorme entre o intelecto e o corpo físico, tornando-se um espaço especialmente pantanoso em relação às emoções. Os “frikis” notoriamente evitam as emoções. Isto constitui um problema já que a vida mais sutil e complexa é essencialmente sensível.

Quando aprendemos a ocupar nosso corpo plenamente e há coerência em nossos pensamentos, emoções e ações, as energias responsáveis por estas funções atingem um campo maior de atividade. Espontaneamente, uma esfera luminosa de proteção surge ao nosso redor permitindo a percepção sem distorção egóica na próxima escala de atividades dimensionais.  A fronteira protetora que surge reflete a maneira como refinamos nossa mente, emoções e corpos. A estabilidade vibratória é um pré-requisito para cumprir o primeiro principio na senda da maestria: colocar a vontade pessoal a serviço da vontade superior.

A próxima série de dimensões requer habilidades totalmente diferentes que não serão acessíveis a menos que a primeira série seja dominada. Envolve flexibilidade emocional e mental.

Tradução: Claudia Avanzi

]]>
Conheça-te XVI: Descobrindo o Ser-Saber https://alquimiainteriorbrasil.com.br/conheca-te-xvi-descobrindo-o-ser-saber/ Wed, 11 Apr 2018 01:26:38 +0000 http://alquimiainteriorbrasil.com.br/?p=582 Por Zulma Reyo. Publicado originalmente em La Mujer Interior

Existem dois tipos de realidade: a verdadeira e a artificial. Normalmente, conhecemos somente a realidade artificial com seu foco na construção, na preservação e na reestruturação. A realidade subjetiva psicológica aparece como uma sombra do mundo construído, repleta de memórias e de todo tipo de desejos, em contraste com a realidade verdadeira do mundo interior da experiência não psicológica. “O que Somos” é um estado intraduzível de ser, vivido e conhecido somente com profunda sensibilidade.

A realidade verdadeira reside em nossa experiência do Eu como um poder sem forma que transmite força e estabilidade internas onde nos sentimos inteiros e seguros. Abre-se um espaço de certeza, imbuído de permanência intangível. É mais forte na infância quando assume o brilho protetor da influencia angélica. Secretamente, permanece durante a adolescência. E, na maturidade, se nós permitirmos, nossa intuição ao sentir esta voz interior nos recorda que é realmente possível. Sua linguagem é o ser-sentir.

É estanho como quando estamos confusos, tristes, irritados ou incomodados de algum modo, criamos e recriamos uma condição em nossa mente e atacamos. Não paramos para sentir. Insistimos obstinadamente em perguntar “o que fazer?”. Encontrar uma solução é a maior prioridade, enquanto sufocamos o Eu interior, a única condição capaz de mudar o contexto alterando nossa perspectiva, em superficialidade.

No início, o contato com as emoções é doloroso porque estancamos nas causas que as produziram. Se nos dermos conta que nós concedemos poder a estas emoções e se compreendermos que ninguém mais além de nós pode mudar uma situação que atraímos, com coragem, em algum momento, tocamos a verdade. As emoções podem ser intoleravelmente intensas, o que comprova o poder que têm. Todos os nossos instintos recusam a profundidade emocional e, por isto, apelamos para a sensibilidade inteligente do coração como ferramenta do saber. “Tocar fundo” quer dizer contatar a esperança ou a resistência subjacente que encobre o estado de Ser Amor.

Poucas pessoas se dispõem a entrar em terreno desconhecido sem um remédio, uma chave ou uma solução em mente. Os estudantes me perguntam o que fazer com as experiências que ocorrem nas meditações alquímicas, procurando remendar suas vidas complicadas. Não existem “soluções” pela simples razão que no nosso interior estes tipos de problemas não têm realidade ou importância. Nosso interior é o espaço onde nos sentimos sentindo. Dele emerge a força e clareza que nos permite encontrar as soluções necessárias.

Como a intangibilidade e a inevitabilidade da própria morte, que é a grande analogia da vida, a sensibilidade do sentimento circula por corredores profundos e escuros para encontrar a pérola luminosa: uma fonte de Luz eterna, que nunca se apaga. Não está fora de nós e não se diferencia de nós. É nosso mais profundo centro interior. Esta Luz não é mítica nem imaginária. É a fonte do poder da nossa vida, a única frequência capaz de afetar a mente, as emoções e o mundo material.

Através da atenção e com nossa força de vida, concedemos poder a tudo o que se relaciona conosco. Dirigimos nossa força vital para pessoas, coisas e condições. Nosso processo de pensamento cria contextos e significados, relacionando coisas no tempo e no espaço. Investimos em pessoas, coisas e condições de qualidade emocional, como ressonância. O mundo material só é real porque nossos sentidos foram condicionados a considerá-lo como tal em relação a coisas, pessoas e eventos, incluindo todas as possibilidades futuras. Nós nos convencemos de que existe a continuidade e a estabilidade no mundo e na vida. Permanecemos ignorantes sobre que é Real.

Quando somos capazes de sentir sentindo, contatamos uma fonte energética que percebe, sente e sabe além do conhecimento. Não é preciso ser reconhecido ou aceito para Ser. Ser é fonte de respostas e soluções. Ensina-nos sem nos ensinar, revelando quais são as prioridades e as possibilidades reais.

O contato com o Ser Interior é direto, mas nem sempre imediato. Deve ser cultivado com muita delicadeza, como se examina as pétalas de uma flor, com reverência e maravilha. Tal como somente o refinamento emocional e a profundidade podem fazer. É preciso todo esforço para gerar este anseio quase esquecido.

O amor é para os mais corajosos porque dói. Sentir amor exige que se lembre do que não é amor. O amor é desnudo, vulnerável e flexível como o salgueiro. É a abertura para a vida e não é determinado por ninguém nem por nada, mas pela nossa exposição direta a ele. Ainda assim, é mais fácil evocar o amor que sentimos por alguém do que lembrar de termos sido amados ou de termos amado a nós mesmos.

O processo tem início na capacidade de sentir-se sem referências externas, simplesmente no silêncio do nosso corpo, acompanhando a respiração e a frequência emocional do momento, sem qualificação, sem pensamentos. É o momento de evocar a memória de amar tanto alguém que o resto não importa e sustentar a qualidade desta força. Pode ser doloroso ou alegre ou ambos. Quando alcançamos este estado, é possível alterar a situação (na verdade, a situação se altera espontaneamente). Diante do poder do amor evocado, nós nos convertemos no objeto. Sentimos um enorme despertar desta força que transborda. Neste momento, descobrimos, de uma maneira muito real, que o amor não permite ser dirigido. Não importa quem ama ou quem é amado, a força permeia a todos e a tudo. Esta percepção é extremamente importante porque dissolve todos os argumentos sobre mérito e condicionalidade.

Resumindo, o processo dos primeiros socorros não necessita de ninguém nem de nada. Basta lembrar um estado de amor, geralmente relacionado a alguém. Quando isto ocorre, o coração se preenche. Ao amar outra pessoa, sentimos como a frequência aumenta dentro de nós. Causa e efeito se combinam em um estado de ser e Eu Sou Isto.

Precisamos reconstruir este processo muitas vezes, indo ao mesmo lugar repetidamente, para que possamos dialogar com esta Fonte e ao mesmo tempo reconhece-la como o Eu, permitindo que os espaços vazios se preencham com a essência das respostas. Gradualmente, chegamos a distinguir sua voz do ruído da mente coletiva, as pressões do mundo externo e do aspecto das memórias e das projeções futuras. Mostra-nos O Que Somos realmente, o que sempre fomos.

Não é fácil identificar a Presença do Eu sem confundi-la com deuses, santos ou mestres criados pelos homens. No entanto, é o descobrimento mais crítico de todos. Liberta-nos de viver à mercê da nossa imaginação e da imaginação dos outros. É simples compreender isto. O difícil é nos convencer a sustentar este estado em momentos de crise. A parte complicada é reconhecer a sensibilidade e viver sem culpar os outros ou a vida.

Tradução: Cláudia Avanzi

]]>
Conheça-te XV: Descobrindo a Sensibilidade https://alquimiainteriorbrasil.com.br/conheca-te-xv-descobrindo-a-sensibilidade/ Mon, 26 Feb 2018 17:23:30 +0000 http://alquimiainteriorbrasil.com.br/?p=571 Por Zulma Reyo. Publicado originalmente em La Mujer Interior

Quando encontramos uma porta fechada, buscamos uma maneira de abri-la. Se um encanamento está entupido, procuramos um encanador. Em nossas vidas, a solução é sempre externa. Quando estamos doentes, vamos a um médico ou a um profissional para que nos deem remédios. Sempre existem por perto encanadores, médicos ou profissionais para os primeiros socorros.

Utilizar a mecânica com a qual manejamos objetos e situações para lidarmos com temas subjetivos parece natural. Mas, resulta no mais complicado a se fazer. O suposto mundo “interior” transforma-se em uma ficção secreta, em outra versão do mundo externo com a imposição de lógica linear e seus esperados efeitos. Abordamos o desconforto psicológico buscando as rotinas e os mecanismos familiares para “organizar as coisas”. Forçamos a entrada, remendamos os rasgos, desbloqueamos e forçamos o pensamento “positivo” sobre o complexo do nosso corpo-mente. Quebramos os códigos, substituímos os encanamentos e pretendemos fazer o mesmo com nossas emoções e nossas mentes. Cobrimos ou disfarçamos a dor e aplicamos soluções “corretas” e, isto tudo, acreditando que resolvemos os problemas. Mas, os problemas surgem sempre, mesmo os que já conhecemos.

Não se conserta a psique. Temos que abraçá-la. Nosso sistema emocional deveria crescer e desenvolver-se ao mesmo tempo em que crescemos fisicamente e nos desenvolvemos em outras áreas. Não existe um mapa ou uma fórmula para isto. A inteligência sensível do coração deverá acompanhar o desenvolvimento intelectual e físico. Mas, certamente, não é assim que acontece!

As memórias permanecem. Não podemos bloquear as memórias dolorosas ou incomodas, nem mesmo esquecer os amores que vivemos. Suas impressões em nós perduram. Gostemos ou não, projetam uma sombra sobre a experiência futura. Não importa o quanto construímos sobre o terreno sagrado dos nossos sentimentos com excessos ou substitutos, simplesmente não podemos apagar os traços subliminares. O que fazemos é continuar remodelando. Quando se quebra o fundamento, perguntamos o porquê.

A chave para resolver o desconforto, o sofrimento e a infelicidade não é psicológica. Está no manejo energético da Consciência. As palavras são como coisas – ocupam espaço e tempo – e nos dão a ilusão de consistência ao desenhar panoramas de possibilidades fantasiosas. As emoções são como o coração ou o útero, órgãos da Consciência que respondem à ressonância e à sutileza, sempre em movimento, cedendo e adaptando-se. Palavras e significados são ilusões inúteis dentro da cavidade infinita do espaço interior verdadeiro. Os sentimentos podem ser disfarçados, mas não podem ser “reparados”. Embora seja parte do processo, a solução não está em reorganizar nossos pensamentos e buscar as causas. A mente pensante somente sabe criar e destruir, conceber e recordar. Não sabe como manejar o fluxo e o refluxo das marés ondulantes que obedecem a uma lei maior.

Então, como trataremos das impressões da vida em nós que são invisíveis, incognoscíveis, infinitas e eternas? Algumas, que sequer são nossas, pertencem aos nossos antepassados, ao nosso grupo ou comunidade, às nossas condições atuais. Como curaremos as feridas do coração e do ventre?

Nossa vida adquire forma de acordo com o nível de integração ou coerência estabelecido entre nossos sentimentos e nossa mente. Da forma como nos sentimos, será a forma como a vida nos refletirá. As pessoas e as circunstâncias respondem da mesma forma. E, assim, permanecemos no efeito bumerangue da nossa própria programação, mudando as etiquetas sem ir mais fundo.

A chave encontra-se dentro de nós e é invisível e intangível. Por isto, é tão difícil. Nós nos vemos como entidades físicas, quando na verdade somos um campode força, uma presença que vive dentro do tempo e do espaço variáveis. Não decodificamos o que realmente somos. Nossa identidade tem sido cuidadosamente construída por um processo de racionalidade exigente que desconsidera tudo o que não pode explicar. Mas, a vontade não pode apagar os traços de um coração ferido ou as melodias dos anseios. A vontade faz somente endurecer as artérias por onde circula a vida.

Em vez de “quem sou?”, a primeira pergunta que deveríamos fazer é “o que sou?”. Em lugar de acumular informações e trivialidades, o primeiro tema que os pais e educadores deveriam tratar é da sensibilidade do sentimento.

Depois de tantas décadas de ensinamentos, descubro uma vez ou outra que as pessoas não sabem “sentir”. Sentimos outras coisas, coisas externas. Sentimos a temperatura ou a raiva que surge. Em resumo, podemos sentir o corpo sentindo-se e ao ambiente, mas não sabemos como sentir sem um objetivo. Não sabemos como sentir nos sentindo.

Isto apresenta um obstáculo monumental. A sociedade nos obriga a permanecer em um mundo de coisas e de causas e a construir identidades. Não nos guia nem apoia no momento em que nos deparamos com sensações de incerteza e de intangibilidade que surgem no terreno desconhecido dentro de nós mesmos. Não nos oferece um conhecimento anterior e não nos ensina a desfrutar um estado de pura Consciência. De fato, em um mundo como o nosso, a Consciência parece ser uma coisa mística, cuja única função é injetar inteligência no mundo físico. A matéria continua a reinar suprema.

Como engano, a pessoa pode aprender a meditar, o que muitas vezes funciona como uma forma de anestesia ou sonho, aliviando o estresse da vida diária. Porque poucas pessoas sabem o que é, não se promove a conscientização verdadeira. O estado de ser onde nos fundimos com os ritmos e movimentos da vida não é tão difícil de ser alcançado quando estamos treinados para manter um sentido de tempo e de espaço, sob o simulacro de viver. De fato, o Ser é vasto, inteiro e profundamente gratificante. Desfaz e refaz paredes de edifícios que temos construído com esmero durante toda a nossa vida para definirmos e adquirirmos significado e importância. O Ser nos conduz ao descobrimento de que nossa Presença é tudo o que precisamos.

A sensibilidade do sentimento deve se desenvolver além do mero estado de crenças do condicionamento social baseado no reflexo dos outros. Em lugar de ser reconhecida e apreciada pela capacidade de discriminar e perceber, a mente impõe sua própria marca de controle sobre o sentimento. Não existe cosmético, cirurgia estética, mudança de gênero ou condição no mundo que nos faça crer que somos belos se não nos sentimos assim. Porque o verdadeiro sentir, como o Ser, se sabe.

Sentindo nosso Eu mais profundo, nos sabemos belos, bons e valiosos. Neste espaço interior não existe competência nem objetivo, não há lugar para deduções lógicas ou complementos. Em lugar de vazios e dependentes de um adjetivo para nos descrever, somos a própria plenitude.

Tradução: Cláudia Avanzi

]]>
Conheça-te XIV – O Manejo da Energia Pessoal https://alquimiainteriorbrasil.com.br/conheca-te-xiv-o-manejo-da-energia-pessoal/ Fri, 19 Jan 2018 18:29:26 +0000 http://alquimiainteriorbrasil.com.br/?p=567 Por Zulma Reyo. Publicado originalmente em La Mujer Interior

A vida se refere ao dar e receber. E, no contato humano, esta troca se refere à qualidade e não à quantidade. Em lugar de uma transação comercial, o dar envolve a transmissão de uma qualidade da Consciência que poucas vezes é apreciada ou retribuída. Nosso intercâmbio de amor e afeto ocorre, muito frequentemente, visando o benefício material.

Precisamos de outras pessoas para nos definir e para sobrevivermos. No entanto, como Consciência, somos seres únicos e necessitamos somente da qualidade de espaço e tempo para vivenciar a realidade interior sem pressões, nem influências externas. Se não equilibrarmos estas duas necessidades básicas, arriscamos a nos tornar seres mecânicos, totalmente desprovidos de energia física e inteligência e carentes de autenticidade e de inspiração. Infelizmente, por não diferenciarmos a necessidade real da necessidade induzida, criamos uma zona de troca que frustra as pessoas em lugar de destacá-las.

A fonte de energia pessoal mais abundante e mais livremente usada é a emocional. Aparece sempre combinada com elementos físicos e mentais. A emoção envolve os outros, circula e regressa à origem. Como impulso vital, é completamente automática. As emoções animam as relações de todo o tipo que marcam nossas vidas e nossa criatividade. Explicam porque tantas pessoas não podem ficar sozinhas e porque tantos outros se aborrecem.

A vitalidade emerge de um ser humano, as emoções lhe dão qualidade e a mente lhe dá a forma. Tudo o que um ser humano faz envolve o uso da vitalidade emocional. A qualidade da vitalidade que emitimos e manejamos fica impressa em nós. A maneira como vivemos determina nossa saúde, vitalidade e nossas criações. Todos nós recorremos à manipulação energética e, particularmente em nossas condições urbanas de superpopulação, esta manipulação se torna exacerbada.

As pessoas se exaurem mutuamente em seus intercâmbios diários sem observar o que realmente ocorre. Dar e receber revela uma realidade energética surpreendente. Mesmo em condições triviais normais, emitimos vitalidade física sem reconstituí-la. Dar a vitalidade aos que supostamente necessitam converteu-se em um passatempo global. Daí a necessidade, verdadeira ou manipulada, que pede para ser atendida.

Com frequência, espiritualidade é equiparada a serviço ou oferecimento. Acredita-se que a pessoa espiritualizada tem quantidades ilimitadas de energia para dar de forma caridosa sem ser afetada pelas vibrações do ambiente. Isto pode ter sido verdadeiro no passado quando as condições de vida eram diferentes. Mas, hoje, não é assim. O corpo material sofre enorme estresse e pressões mesmo sob circunstâncias ideais. É a condição global do nosso tempo.

A maioria das pessoas não tem consciência de que viver envolve continuamente energia e este processo cobra um preço alto, não importando o que se faça. Toda atividade requer energia física. Estamos sempre ouvindo sermões sobre dietas, alimentos e práticas saudáveis, mas ninguém fala sobre nossos intercâmbios diários e a maneira como, literalmente, esgotamos nossa força vital. Particularmente, as pessoas espirituais têm uma responsabilidade enorme no que diz respeito ao uso dos seus próprios recursos. A energia flui da maior para menor frequência e constrói circuitos. Poucos intercâmbios energéticos acontecem no mesmo nível de frequência. Ninguém está excluído do efeito bumerangue. Ocorre nos níveis atômicos, normalmente imperceptíveis. Quando a proporção entre a quantidade e a qualidade da vitalidade que se emite não é igual à quantidade e qualidade recebida, mesmo somando-se ao elemento espiritual, está criado o desequilíbrio.

O fato de se ter um propósito exige uma circulação energética onde a energia do emissor se modifica para combinar-se ou estimular ou desafiar o receptor. Os pensamentos emocionais se encontram e se combinam. Se a resposta não ocorre rapidamente, às vezes, é preciso explorar maneiras alternativas. As pessoas passivas e necessitadas, que recorrem ao jogo de atrair a atenção, são especialmente letais. O retorno energético pode catalisar diferentes reações desde a depressão até a supraexcitação, a fadiga física, os distúrbios digestivos e do sono.

O medo e a dúvida são energias mais densas e encontradas em abundância. Também a complacência e a autossatisfação. Penetrar estas paredes para alcançar alguém, ou para evitá-los, consome uma quantidade tremenda de vitalidade. A estagnação, a rotina e o comodismo são condições comuns que corrompem a fusão energética. Mesmo o êxito e o conforto excessivos podem fechar as portas para a circulação dinâmica de energia, adicionando dificuldades desnecessárias. O solitário, o crítico crônico e a pessoa frustrada, amargurada e raivosa emitem toxinas para manter a própria defesa. Mesmo aquele que se recolhe socialmente, emprega uma tremenda quantidade de força para sustentar a vigília.

A popularidade move energias positivas que criam um problema diferente: atrai exigências e adulação. As pessoas populares assumem a tarefa de mobilizar outras pessoas e geralmente tornam-se superficiais no esforço para manter o impulso e a importância que desejam que seja reconhecida. Esta qualidade pode ser intensificada pelo contato físico. Às vezes, ocorrem dependência e hábito nos relacionamentos, tais como casamentos, namoros e amizades muito próximas. As relações contratuais são estabelecidas da seguinte forma: um vende e o outro compra entretenimento contínuo. As mulheres tendem a fazer isto por meio da atração sexual e os homens, por meio de argumentos desafiadores e promessas.

Somos viciados no que “gostamos” e no que nos “incita” criando apetites que apelam aos nossos sentidos imediatos em lugar de desenvolvermos gostos e possibilidades novos e mais refinados. Uma pessoa acostumada a receber atenção de grandes grupos não poderá se adaptar facilmente à vida solitária. Atores, quando estão interpretando um personagem, com frequência sofrem colapso energético que poderá conduzir ao suicídio ou ao uso de substâncias viciantes. Na ausência da resposta energética de outras pessoas, criamos realidades virtuais. Isto se evidencia na profusão de jogos e aparatos eletrônicos. As pessoas já não têm muito contato direto e estão mais do que nunca entrincheiradas em redes energéticas que trazem significado artificial ou excitação artificial aos seus mundos. Tudo isto afeta a qualidade dos corpos físicos, mentes e emoções.

Através da clarividência, percebe-se a rede fortemente tecida e que define a conexão do intercâmbio humano. É esta rede que faz com que a comunicação e a influência entre os seres humanos ocorram facilmente. Pela mesma razão, é difícil individuar-se. A substância etérica da rede é colorida pela frequência média do coletivo ao qual aderimos, ou seja, nossas preferências, hábitos, necessidades instintivas de pertencer a um grupo, necessidade de ser apreciado, amado, incluído, reconhecido, de acompanhar a moda ou de definir o que é aceitável e o que é pervertido. Atende à necessidade física animal de compartilhar o calor e o conforto. Acreditamos encontrar abrigo na rede, o que explica a obsessão por estarmos com outras pessoas e o medo de estarmos sós. Sua frequência assemelha-se ao torpor e à apatia, muito diferentes da qualidade da ressonância deliberada e de alta voltagem.

Para evitar estar só e sentir-se “vazio”, as buscas para obter energias podem durar indefinidamente. Às vezes, caímos em períodos de inatividade nos quais buscamos isolamento e privacidade para nos recuperarmos das perdas. Abastecidos pelo espírito através do sono, da meditação ou do descanso, regressamos para o mundo mais uma vez. Eventualmente, despertaremos para o que são as causas destes colapsos cíclicos.

A chave do manejo pessoal é consciência e o discernimento. A sensibilidade e o discernimento, elementos primários da vida espiritual, requerem considerável energia e nossas condições planetárias cobram desgaste físico de vitalidade e de inteligência. Quando despertamos para o chamado do espírito, saímos gradualmente da dinâmica automática que define o mundo material. Neste momento, enfrentamos e domamos a onda gigantesca que normalmente nos empurra e começamos a moldar nossa realidade.

Quando trabalho com meus estudantes, utilizamos certas disciplinas que propiciam a observação e a compreensão das redes que eles criam e mantêm. Envolve certo tempo antes que possam compreender a diferença entre ser testemunha e observar e ser aquele que calcula e avalia. Invariavelmente, em algum momento, queixam-se que o processo é muito “pesado”. Parece-lhes que a tarefa é excessiva. Em lugar de redefinir as prioridades, resistem afirmando que não têm tempo. É tristemente engraçado. Uma pessoa pode perder tempo com buscas frívolas, em divertimento sem sentido para conseguir significado e reconhecimento, excitando emocionalmente e sexualmente outras pessoas para se divertir. Mas, não consegue tempo ou inclinação para observar e dirigir seus talentos de forma construtiva. O processo se torna “entediante” pela simples razão de não trazer gratificação pessoal ou sensorial.

Mas, você pode ter o bolo e comê-lo ao mesmo tempo?

Tradução: Cláudia Avanzi

]]>
Conheça-te XIII: Construindo a Paz https://alquimiainteriorbrasil.com.br/conheca-te-xiii-construindo-a-paz/ Tue, 12 Dec 2017 16:51:17 +0000 http://alquimiainteriorbrasil.com.br/?p=564 Por Zulma Reyo. Publicado originalmente em Lamujerinterior.es

REVISÃO:

Se você tem acompanhado esta série, talvez ainda não tenha compreendido porque se associa a personalidade a uma manifestação negativa como o vício. Claro que não somos abertamente “invejosos”, “gananciosos” ou “luxuriosos”. Somos muito bem educados e socialmente adaptados para reconhecê-lo.

Exagerei nas características do comportamento para concentrar-me nos hábitos da mente que utilizam atributos energéticos como recurso inicial. Em meu estudo, o propósito é compreender claramente como, por exemplo, a ira contém o potencial de liderança. Ou a inveja que desenvolve e emprega faculdades basicamente neutras e, por isto, adquire a habilidade de perceber e medir configurações à distância. Então, uma pessoa que demonstre liderança ou avalie abstratamente fenômenos tem que ser irado ou invejoso? Não.

Se quisermos adquirir domínio sobre nós mesmos, necessitaremos nos conscientizar de como as formas-pensamento atuam em nós e em nosso ambiente. Especialmente, necessitaremos aprender como alterar sua possibilidade no momento em que as forças emergem, sem perder o precioso impulso que produzem. A censura e a repressão enfáticas não favorecem a evolução humana.

Devemos compreender que toda aprendizagem passa pelo processo de densificação. Isto é o que define a terceira dimensão: a experiência na matéria onde, por meio do detalhe, a consciência humana aprende, modela e maneja os elementos. A personalidade é o instrumento chave e o motivador primário. Cada um aprende a manejar suas energias físicas, emocionais e mentais e o faz de maneira diferente e de acordo com certos padrões.

A combinação de elementos – água, fogo, ar e terra – serve para ativar uma tendência dominante nos atributos físicos, emocionais e mentais de uma pessoa em diferentes proporções e maneiras. O conjunto mente-emoção-corpo responde automaticamente produzindo estilos espontâneos pessoais e culturais. Optei por expor este tema através do modelo dos sete vícios como mistura básica de forças elementais.

O núcleo de cada combinação é neutro. Converter-se em vício ou virtude depende da experiência e da consciência do sujeito. Originalmente, o impulso da alma é para a virtude. Mas, ao passar pela experiência física humana, a alma adquire todas as propriedades de fixação da matéria. Sua redenção passa pelo mesmo processo que o indivíduo, a sublimação ou a alquimia espiritual, que concentra a experiência na matéria. A conscientização é a luz que transmuta o vício em virtude. A transmutação nunca pode ocorrer “em ausência”. Não há chama violeta, intervenção angélica ou ativação de chacras que possa produzi-la por si. Nossa experiência é o que altera a proporção de luz na matéria e começa pelo nosso corpo e nossa personalidade. É o que tenho ensinado durante décadas como “alquimia interior”. Não se trata dos efeitos, não importando quão fascinante seja o vício. Trata-se sempre do manejo de energia

 

Passemos agora para os últimos três tipos.

LUXURIA E PUREZA

No mais alto grau de intensidade, encontra-se a luxúria. A intensidade varia desde uma inclinação sexual leve até um impulso devorador. A luxúria não é somente sexual; seu apetite voraz é o da libido que a tudo consome.

A libido se alimenta de urgência furiosa e de violência. Sua agressividade é parecida com a da ira, mas, neste caso, concede licença total para viver os prazeres do corpo e dos sentidos, acreditando firmemente que os fins justificam os meios. Sente que a vida lhe deve tudo e que tem direito sobre tudo o que lhe apeteça. Como no orgulho, a pessoa se equipara a Deus, justificando resolutamente a violação da lei natural.

A luxúria projeta foco sustentado de vontade pessoal usado em todos os aspectos da vida e não só no corpo físico. A luxúria transforma um ser humano em um instrumento de expressão bestial e de sobrevivência, sem considerar as necessidades dos outros ou da sua própria alma.

O corpo do indivíduo comprometido pela luxúria se cobre de uma densidade muito baixa que nem sempre é visível. Anseia por estímulos mais pesados e mais fortes para sentir-se vivo. A intensidade da violência entorpece o sistema nervoso e a mente, e leva-o a destroçar-se e a violar a vida pelo mero “prazer” de destruir.

A vítima da luxúria nunca se recupera da sua dependência da intensidade. Em evolução, canaliza a intensidade para propósitos maiores. Conhece tudo o que é relacionado ao poder da vontade e, por isto, está capacitada para conseguir fazer as coisas e mobilizar o ambiente para alcançar resultados louváveis.

Habituado a viver fora da lei, na maioria dos caos, o mais extraordinário deste tipo é sua habilidade para distinguir o que é a justiça divina e a não-dualidade. Como um líder excelente, sabe usar a força quando necessário e destaca-se pela sua grande tolerância e manejo de intensidades de resistência e de sobrevivência, com alcance profundo e firme.

A GULA E A ALEGRIA

Poderíamos acreditar que esta compulsão afeta somente o indivíduo. A gula cultiva o autoprazer até os limites da resistência, bloqueando toda forma de comunicação humana. Sobrepõe-se em cada um dos três corpos (físico, emocional e mental), drenando a vitalidade e o fluxo de vida. Para manter sua dependência do prazer, juntamente com a sensação e a emoção de excitação e plenitude que produz a atividade escolhida, esta pessoa desenvolve a habilidade de permanecer fixamente em seu objetivo.

Um glutão genuíno não é o obeso típico (que usualmente corresponde às características do próximo tipo). Para satisfazer repetidamente seu apetite, o glutão continuamente estimula o estado de fome-desejo como excitação e variedade. Simultaneamente, evoca uma forma de saciedade sustentada e repetida. Desenvolve um tipo de músculo que lhe permite prolongar tanto a fome-desejo como a saciedade e transferir isto para qualquer situação. Com frequência, sádicos e masoquistas possuem este tipo de configuração energética. A gula não é só por comida, mas pela excitação. Os glutões costumam entreter e ser a atração social. Mantém a sensibilidade e a percepção no nível máximo. Sua aura é com frequência opaca em tons opacos de cinza a branco, enquanto a aparência floresce com todo tipo de realização artística e gosto refinado.

Devemos observar até que ponto uma pessoa submetida aos apetites da gula poderia responder a pessoas e coisas com entusiasmo e apreço. Este tipo sabe com promover uma celebração e tem uma grande capacidade para jogos, entretenimento e versatilidade.

Uma pessoa glutona quando evolui é um mestre da geração e da multiplicação de energias, criando abundância e luxo nos ambientes que chega a amar, profundamente consciente do que é seleção e qualidade. É apto para as circunstâncias onde se requer tato e variedade, tal como a diplomacia e a arte.

A PREGUIÇA E A PAZ

Quando uma pessoa está sujeita à ilusão tecida pela forma pensamento da preguiça não pode ver, interessar-se ou pensar sobre nada mais que não seja a cessação de toda vida. Tudo se torna mais lento. Nos casos extremos, extinguem-se todas as capacidades e poderes, inclusive a voz da consciência. Busca o nível mais baixo de densidade, como a inércia, para encobrir sua violência introvertida e sua raiva até alcançar o torpor. Pode parecer com os estágios mais profundos do alcoolismo.

Gradualmente, reprime a vitalidade, resultando em vários estados de imobilidade e falta de resposta. O preguiçoso conserva suas energias para um futuro imaginário onde poderia “precisar delas”. Através do seu não envolvimento, o impulso emocional para a expansão e a expressividade é anulado. Costuma deixar as capacidades mentais se atrofiarem.

A pessoa preguiçosa está repleta de contradições. Pode parecer preguiçosa ou lenta, quando na realidade está em movimento perpétuo com uma grande variedade de atividades que aparentemente se cancelam mutuamente. Esta pessoa parece nunca terminar um projeto, mesmo que complete vários simultaneamente. Não é tão exuberante como seus irmãos orgulhosos, luxuriosos e irados, mas quase sempre se distingue.

Às vezes, o comportamento margeia a morbidez e a brutalidade, parecendo faltar com o respeito a todos e a tudo e, no entanto, mantém-se calado, permanecendo fiel à verdade e nunca produz. Algumas pessoas preguiçosas não fazem sua parte do trabalho, criando um desequilíbrio parecido ao provocado pelo ganancioso. Aparentemente e indiretamente, obrigam outras pessoas a prover sua parte. Quando olhamos a volta, é precisamente esta pessoa, com sua habilidade para ser invisível e sustentar grandes cargas de energia, que ao final das contas faz o trabalho de todos.

Este tipo não rejeita coisas e pessoas como o fazem os outros tipos. Sua rejeição é de outro tipo. Em vez de se resguardar da vida, a pessoa preguiçosa a absorve passivamente dentro de si até apagá-la. Seu controle sobre as funções corporais, emocionais e mentais é grande, persistindo por meio da fórmula da não resistência, de Gandhi. Nunca perde esta característica. Quando a pessoa preguiçosa se ilumina, o mundo inteiro se encontra dentro dela.

Este tipo sabe como conter, sustentar e abraçar toda situação que qualquer outro consideraria impossível. Sabe como fundir-se com outra pessoa e esperar. Sabe como difundir e mesclar quando necessário e pode ver de maneira global, além da dualidade e das dicotomias. É valiosíssimo em sua objetividade e graça acalmando pessoas e situações com imparcialidade, elegância e serenidade.

 

CONCLUSÃO

Tudo na criação obedece a uma hierarquia no caminho de volta para o Amor por meio da experiência direta do manejo da energia e da força. Na escala mais alta, encontra-se a experiência necessária para construir a paz, o domínio que exibe a destreza para reunir forças sem que qualquer das suas partes perca sua identidade. A paz requer um esforço e um poder de sustentação, enormes.

O mal existe na mente do criador e não aparece fora do campo energético dos seres humanos. Em cada caso de recalibragem da escuridão à luz, o propósito é aprender a usar a inteligência da luz em conjunto com o manejo da força elemental sem condenar a negatividade. A condenação e a repressão somente retardam o processo de aprendizagem e de autodomínio, o que impede uma pessoa de aproveitar seu “dom”. O potencial envolvido em uma expressão energética deverá ser identificado e suas partes deverão ser reconstruídas de acordo com sua natureza mais elevada. Um Mestre conhece isto e trabalha com os ritmos envolvidos nos elementos básicos em lugar de trabalhar com os significados.

Construir a paz já é bastante difícil, por exemplo, para as pessoas treinadas por meio da preguiça e que desenvolvem a capacidade e aguentar e resistir. Sustentar a paz é excepcionalmente difícil para os tipos intensos impulsivos. É quase impossível permanecer fiel a si mesmo quando nos temos definido pela permanente atividade e pelo que gostamos ou não gostamos.

No entanto, todos os tipos chegam, em algum momento, a um espaço onde contribuem ativamente para a paz, para a humanidade e para a virtude. Alcançam este estado tendo conhecido tudo o que NÃO É virtude e extraído a essência iridescente própria da areia e da pedra, como é o caso da pérola, por EXPERIÊNCIA direta e consciente das suas debilidades e capacidades inerentemente humanas. A pessoa que chega a ser dona de si mesma e resgata o poder que estava imerso no inconsciente coletivo, é verdadeiramente heroica. Estes são os verdadeiros mestres, iniciadores, portais para o futuro e construtores da paz para sempre.

 

Este artigo conclui a série em quatro partes – CONHEÇA-TE X a XIII – nas quais foram examinadas as formas-pensamento que compõem a personalidade comum, suas partes obscuras e luminosas e as atividades incessantes da vida na matéria. O ensinamento que inspirou esta série, assim como o meu livro “A Quintessência – Na Ausência do Amor”, origina-se de um mestre cipriota, místico do cristianismo esotérico, Daskalos, com quem estudei durante vários anos. Em um dos nossos encontros, ele abençoou esta versão do trabalho, dizendo que ajudaria muitas pessoas. Espero que assim seja.

Tradução: Claudia Avanzi

 

]]>
Conheça-te XII: Da Escuridão à Luz https://alquimiainteriorbrasil.com.br/conheca-te-xii-da-escuridao-a-luz/ Tue, 31 Oct 2017 14:20:24 +0000 http://alquimiainteriorbrasil.com.br/?p=513 Por Zulma Reyo. Publicado originalmente em Lamujerinterior

Diz-se que cada ato virtuoso inspira-se em um segredo sombrio. O bem que fazemos arrasta atrás de si uma sombra de motivação obscura. Quando o processo de culpa e vergonha pelo mal que provocamos se desencadeia, somente o bem que fizemos poderá nos resgatar. É neste ponto que os segredos e os motivos ocultos sairão das sombras para serem corrigidos por nós.

As formas-pensamento condicionam a personalidade de maneira indireta, o que sempre traz sofrimento e abuso. Em muitos casos, o vício e a intensidade são tais, que somente levados a extremos poderemos eventualmente obter algum alívio. A terapia e os recursos químicos apenas aliviam a escuridão que nubla com peso e desesperança a mente consciente do indivíduo. Cada passo traz a lembrança de algo que foi perdido e não oferece uma visão de como alcançar algo construtivo. Sem poder se controlar, as pessoas, muitas vezes, recorrem ao isolamento, à indulgência secreta ou ao suicídio como o único ato virtuoso ao seu alcance. Todos nós sabemos como é sentir isto.

Da mesma maneira que podemos ultrapassar o medo e o sentimento paranoico de solidão para alcançar a coragem do coração e compreendermos a rota do engano através de exemplos inspiradores de honestidade e dedicação, poderemos confrontar o impulso grosseiro de perfeccionismo frustrado e raivoso subjacente à liderança. O salto da escuridão para a luz ocorre com a mudança na direção do apego das considerações materialistas para o descobrimento de murmúrios suaves vindos do mais profundo do nosso interior. Somente o exemplo humano pode induzir a este salto quântico que nos leva do ponto mais baixo do espectro das voltagens aos mais elevados das forças neutras.

A IRA E A LIDERANÇA

Todos nós reconhecemos a ira em nós mesmos, ainda que não a expressemos abertamente, variando da irritação leve à fúria em erupção.

A experiência de ofensa pessoal provoca um impulso de sobrevivência que nos assemelha a um animal. Um indivíduo raivoso encontra falhas em todas as partes. Enquanto um animal não pensa completamente em termos de vingança, um ser humano, sim. O enredo furioso que passa pela mente de uma pessoa, agindo sobre ela, dirigido a algo específico ou não, é suficiente para lançar uma pitada de veneno de efeitos negativos. Suas ondas colorem atmosferas, objetos, roupa e comida, incrustando-se aos corpos e auras que vibram vida.

A ira irrompe instantaneamente, infestando o sangue e o sistema nervoso, as vísceras, o rosto, as mãos e a boca. Degrada a harmonia do corpo e sobrecarrega os sentimentos, entorpecendo a capacidade de sentimento-percepção. Isto exacerba o sentimento de culpa latente que deu origem à ira.

A ira é viciante e se estende à prática espiritual. A mente agarra este complexo de intensidades e procura dar-lhe um contexto, justificando e fixando alvos adicionais.

Se não reconhecermos a ira pela forma de instinto primário que é, a mente desenvolverá formas de ressentimento, justificação e autocastigo. O corpo, então, não responderá a sutilezas e dependerá de maneiras mais grosseiras de estímulo e reação. É assim que a pessoa se enreda em mecanismos automáticos, os gatilhos, que não têm piedade nem da vítima, nem do autor.

A recalibragem de qualquer forma- pensamento negativa criada pela personalidade requer um manejo inteligente da força, realizado por meio de aptidões e compreensão treinadas (veja “Conheça-te II”). Isto poderá ser acompanhado por práticas de respiração que mudam o ritmo vibratório do corpo e abrandam o controle exercido pelas justificativas criadas a partir de formas-pensamento negativas.

Da mesma forma que o medo conduz à coragem e o engano conduz à verdade, a ira é a manifestação clara de liderança mal conduzida. Uma pessoa inclinada à ira está acostumada a manejar forças poderosas. Quando se conscientiza dos gatilhos e consegue atingir a rota alternativa que se encontra além da culpa, a pessoa estará adequadamente posicionada em seu caminho para atingir o autodomínio, que exige o manejo de todo o tipo de voltagens.

Reconhecer a ira é um requisito extremamente importante para o serviço compassivo, mesmo que suas consequências sejam menores em nós. Uma pessoa que suprime ou nega a explosão da ira que sente, não pode ser um bom líder. Converte-se em um instrumento de crenças, hábitos e determinações de outras pessoas. Um autômato perfeito do que “deveria” ser. Este indivíduo não terá força de caráter necessária para suportar as influências externas ou para projetar seus valores na vida. Na verdade, tal pessoa não sabe como permanecer íntegra. Ela não aprendeu que “resistência” é o poder que constrói a virtude.

Nossos líderes de hoje são, em parte, pessoas iradas que aprenderam a manejar sua ira (“anger-management”) e a ter paciência e sustentação. Aprenderam a canalizar este impulso para propósitos cívicos e a modelá-lo com compaixão.

É difícil para uma pessoa irada ser compassiva consigo mesma, mas é precisamente esta característica que a conduz ao êxito como líder. Irá se converter em mestre, tão exigente quanto misericordioso. Assim como pessoa irada conhecia a imperfeição, a versão espiritualizada tem uma noção muito clara da perfeição e da ordem.

A ira surge de mecanismos orgânicos primitivos de defesa e ataque. Estes mecanismos geram uma força muito poderosa, a mesma utilizada pela medicina taoista para romper a apatia. Encoraja a todos ao redor, transmitindo força de comando para alterar uma situação ou um ambiente para o bem, injetando o fogo da vitalidade.

A INVEJA E A EQUANIMIDADE

A inveja é muito mais comum do que poderíamos supor e, com frequência, surge disfarçada por um pensamento-desejo inofensivo. Uma pessoa invejosa não tem, necessariamente, a intenção de privar a outra de algo que lhe pertence por direito. Mas, de alguma forma, contamina esta outra pessoa com seus pensamentos e sentimentos de desejo de roubar ou possuir. As pessoas sensíveis percebem isto. Seu efeito invisível em crianças é corrosivo.

A pessoa invejosa sempre vê a grama mais verde no jardim do vizinho. Cobiçar o que o outro tem significa a não aceitação do que se tem. O desejo aparentemente inofensivo gera queixas doentias e rejeição à beleza e à perfeição da vida em comum, como o direito à privacidade e à propriedade. A inveja injeta uma não valorização das diferenças justas e equitativas. Quando cobiçamos o pão de cada dia de outra pessoa, contaminamos a massa de todos.

Podemos argumentar que não é tão mal assim, mas a inveja cultiva uma intensidade emocional de autotortura como uma forma de prazer distorcido, intoxicando o corpo progressivamente, acumulando-se nos intestinos, ao redor dos olhos e no coração. Com frequência, a hipersensibilidade gera dor muscular. A falta de gratidão e respeito, somada à tortuosidade e à má vontade, tornam o ambiente insustentável para qualquer pessoa com um mínimo de sensibilidade.

Uma pessoa invejosa tem experiência em comparar e avaliar condições. A mesma forma de pensar que alimentou a inveja será o recurso para afastá-la: a habilidade de projetar pensamentos a distância, inclusive visualizar um objeto claramente, quando necessário, para abençoar e curar. Quando evoluído, tal indivíduo exibe boa memória para eventos do passado e para detalhes, preservando e imprimindo por meio da palavra e da ação. Tendo aprendido a manejar sua própria montanha russa emocional, a versão espiritualizada o levará a desenvolver uma equanimidade quase sobre-humana.

 

O ORGULHO E A HUMILDADE

De todas as tendências negativas, esta é a mais difícil de detectar, particularmente porque nos inculcam a ficarmos orgulhosos de nós mesmos, da nossa religião e do nosso país. Quando as crianças crescem em tal ambiente, muitas se convertem em fanáticos, exemplos egoístas de autopiedade igualmente destrutiva no oriente, no ocidente, na África e no oriente médio.

Podemos dizer que o orgulho surge da insegurança, mas nem sempre é assim. Existe certa malícia e superioridade ao seu redor, o que, na bíblia, o qualifica como o pior dos pecados.

O filtro perceptivo do orgulho é sua necessidade de autogratificação, inflando sua imagem para atrair tudo para si mesmo. Ofende-se e interpreta as coisas pessoalmente com facilidade. O que a cobiça faz com objetos, a pessoa orgulhosa faz com tudo o que possa refletir sua autoimagem. Aprende a manipular descaradamente, encobrindo e eventualmente danificando sua percepção dos fatos e a habilidade da sua inteligência racional.

Uma pessoa com tendência ao orgulho não confia em ninguém, nem em Deus. Declarações de poder imaginário e de inteligência superior nos lembram do processo mental dos anjos caídos quando se separaram da irmandade divina. O orgulho exige reconhecimento e endurece o coração.

Do mesmo modo, uma pessoa orgulhosa que abraça a Consciência, torna-se generosa. Sabe como manejar grandes quantidades de energias qualificadoras. Desenvolveu a habilidade de expandir-se em um ambiente e agora o usa para dar de si mesma. Conhece pessoalmente como funcionam os bajuladores e, assim, se torna receptiva para reconhecer as necessidades genuínas nos outros. Com o espírito de generosidade, quem foi orgulhoso sabe como mobilizar-se a si mesmo e como inspirar os outros, distinguindo claramente os subtons emocionais que o outro pode não se dar conta.

GANÂNCIA E FÉ

Quando abraçamos mais do que o necessário, rompemos a harmonia sutil ou o equilíbrio da natureza que distribui livremente. O que acumulamos não regressa ao fluxo natural, privando outras pessoas da parte que lhes cabe. As forças elementais da ganância podem distorcer a percepção a tal ponto que o sujeito somente vê suas necessidades. Suspeita de qualquer um que se aproxime. O mundo da ganância é literalmente um inferno onde parece que todos querem tirar vantagem.

O princípio universal nos pede para compartilhar o que temos com os outros. O ganancioso rejeita o criador por suas criações. A ideia de possuir é obsessiva e o separa mais e mais da realidade. O processo mental causa uma contração no corpo e nas emoções, privando o corpo da vitalidade e dos fluídos psíquicos naturais.

A ganância implica na habilidade de atrair e apreciar criações. A pessoa que toma consciência da sua distorção, volta totalmente sua atenção para manter altos níveis de conscientização e de harmonia. Sabe como sustentar frequências, qualidades e características que compõem amizades verdadeiras e leais.

Tais pessoas se tornam bons administradores, pois viveram pessoalmente a lei da oferta e da demanda. Sabem o valor de compartilhar, calcular e medir corretamente tudo que se relaciona tanto com as qualidades materiais, quanto com as qualidades divinas.

 

O capítulo final (quarta parte) desta série sobre o manejo de energias elementais pela personalidade será o próximo artigo – “Conheça-te XIII”.

Tradução: Claudia Avanzi

]]>
Conheça-te XI: Recalibragem https://alquimiainteriorbrasil.com.br/conheca-te-xi-recalibragem/ Mon, 23 Oct 2017 22:00:00 +0000 http://alquimiainteriorbrasil.com.br/?p=507 Por Zulma Reyo. Publicado originalmente em Lamujerinterior

Os elementos fogo, água, terra e ar são a vida. Como um imperativo, criam movimento. Nossa Consciência, como fonte, tem sido e sempre será livre. Mas, nossos corpos são construídos pelos elementos e oferecem um mapa com a rota para a criação como evolução e expansão da Consciência ao facilitarmos a experiência. Tudo na Criação está relacionada à experiência.

Seja por opção ou por acidente, nascemos dentro de uma configuração de elementos. O que importa não é a configuração, mas o benefício que podemos obter dela. A configuração oferece-nos lições no manejo e na criação de sete tipos predominantes de atuação.

Como Consciência, assumimos cada tipo de atuação e predisposição; nosso livre arbítrio faz o resto. Essencialmente, não existe culpa nem censura já que, eventualmente, ou imediatamente, somos nós que tomamos as decisões. Tudo, desde o momento em que saímos da Unidade até o regresso a ela, é um baile que define nossa diferenciação e processo de individuação.

Cada uma das sete combinações dos elementos tem o poder de atrair substância e de direcionar para uma personalidade específica. São forças naturais da Criação, todas partindo do ingrediente coesivo singular do universo: o Amor. Da mesma maneira que tem o poder para construir sob o comando da Unidade, também tem o poder de gerar negatividade sob o jugo ego. Nesta última modalidade, as sete combinações dos elementos são conhecidas como os Sete Pecados Capitais.

O comportamento humano trata do manejo de força e equilíbrio e não de psicologia. A espiritualidade tem relação com o aprender a neutralizar a negatividade, a sustentar o equilíbrio e a compreender a lei do retorno energético.

As energias são diferentes somente no ritmo vibratório. Energias elementais, que compõem o egoísmo da personalidade sob uma vontade altamente personalizada, reforçam os propósitos separatistas, competitivos e egoístas do ego. Quando a Consciência resgata o egoísmo e desencadeia o processo de requalificação, refina a natureza da criação do indivíduo.  Para que isto ocorra, temos que fazer uma clara distinção entre os pensamentos que acompanham a força elemental e as forças propriamente ditas. Temos que identificar o Eu como inteligência que direciona.

Nossas pequenas formas-pensamento comuns, automáticas e negativas se encaixam dentro de um corpo ressonante de formações coletivas, terríveis e sinistras que correspondem aos instintos e desejos mais baixos da humanidade. Devolvem uma marca específica de egoísmo baseado em uma ou em uma combinação de forças elementais mal qualificadas.

Somadas ao prazer sensorial e ao sentimento de especialidade, estas transgressões promovem sofrimento em vez de espalhar alegria; injetam decadência e corrupção em vez de multiplicar a vida e a consciência. Corrompem a beleza, a santidade, a abertura, a abundância e o amor, enquanto outorgam ao indivíduo um sentido de poder e pertinência que o prende mais profundamente à densidade e ao isolamento. Consomem grandes quantidades de energia. Por exemplo, na ira e na luxúria, níveis proporcionais de inércia bruta compensam a energia dissipada em impulsos de participação quase estática.

Vórtices de pensamentos coletivos do subconsciente, carregados de pressão emocional, são abundantes em todos os lugares públicos e envolvem um número crescente de pessoas. Qualquer assalto intenso aos sentidos cria uma abertura na aura pela qual podem entrar e obscurecer o processo de pensamento. Estamos continuamente sujeitos a estímulos massivos do ambiente que debilitam gradualmente nossa defesa natural.

Uma grande parte da humanidade está claramente condicionada por formas-pensamento que passam a dominar parte ou a totalidade do corpo e da personalidade, desconectando as pessoas do acesso direto à Fonte. Definimos uma forma-pensamento negativa pelo grau de obsessão, excesso e perda de controle experimentado pelo sujeito.

FUNDAMENTOS E COLUNAS

Na base do edifício do egoísmo da personalidade, existem duas pedras fundamentais: o medo e o engano. No ápice de todo êxito humano, existem, de forma semelhante, duas colunas: a Fé e a Verdade. Ilustram dois padrões distintos de percepção e comportamento gestados nos ambientes em que se desenvolvem.

O medo ocorre quando o indivíduo está inteiramente identificado com o corpo, a matéria e alguma perda implícita. Tem muito pouca consciência do Eu. Uma pessoa temerosa, e aqui não importa a razão, segue cegamente pessoas, regras e regulamentos para se sentir “segura”. Sua percepção define-se pelas flutuações emocionais e por uma imaginação ativa.

Em sua forma crua, o medo constrói tanto uma imagem do indivíduo severamente inflada, quanto uma imagem desinflada ao extremo, defensiva e acusadora. Pessoas medrosas são agudamente sensitivas e indiretas, sempre se preparando para o pior e projetando perigo. Seu sistema nervoso é suscetível às menores alterações. Por outro lado, o medo as deixa anestesiadas com precauções desnecessariamente complexas.

Quando uma pessoa deste tipo torna-se consciente do “mecanismo” do medo, é capaz de construir sobre sua fé fundacional. Aprende discernimento e discriminação. Cultiva qualidades de beleza, calidez e afeto baseado na sensibilidade profunda. Sua experiência conhece a fragilidade humana e, portanto, honra-a, tornando-se profundamente compassiva, observadora cuidadosa e tolerante. Na base, encontramos a coragem como atitude de vitória espiritual que lhe permite manifestar a convicção do coração.

O engano esconde. Seu comportamento irrompe com um sentido de autossuficiência. Obcecado pela execução, desenvolve uma habilidade notável para fingir. Compulsivamente competitivo, busca êxito e prestígio em qualquer nível social em que se encontre. Diferentemente da pessoa medrosa, não sente as emoções com facilidade e compensa isto com uma mente multitarefa que pode mentir e ser tão descuidado como a pessoa medrosa é cuidadosa.

Por ser multifacetada, a pessoa espiritual deste tipo desenvolve grande competência e confiança. Sabe como gerar entusiasmo e inspiração, flexibilidade e, agora, honestidade. Conhece o preço da verdade, da esperança e da estima.

Sobre estas bases, ou erguidas sobre o ápice das duas colunas, encontraremos todas as qualificações da expressão humana. Seja medo e engano ou, inversamente, coragem e verdade, estas são as pedras angulares de cada vício e cada virtude no dicionário humano. Fazem parte da parcela da experiência humana como personalidade.

Em detrimento da coragem, da verdade e de um equilíbrio necessário para o avanço espiritual, as características de comportamento inclinam-se mais para um atributo, seja físico, emocional ou mental, exibido pelos elementos. Os tipos mais físicos tendem a abusar do sistema nervoso mediante uma superestimulação dos sentidos. Os mais emocionais são incapazes de se disciplinar o suficiente para harmonizar os sentimentos que os espreitam e que criam estragos no corpo físico, principalmente coração e órgãos viscerais. Por sua vez, os mais mentais confundem-se continuamente com dúvidas, superexcitando as faculdades mentais e lastimando-se mais e mais.

Em um mundo melhor, todos teremos consciência das nossas tendências pessoais para a negatividade dentro do estilo que nos caracteriza. Por sua vez, saberemos como extrair o melhor de nós mesmos, dada nossa experiência no manejo das forças sob nosso comando. Da mesma forma, formataremos o que há de melhor em nós sem castigo, nem culpa. Compreenderemos, sem qualquer dúvida, que nossa experiência com a armadilha em que caímos já trouxe suficiente sofrimento.

Tradução: Claudia Avanzi

]]>
Conheça-te X: A Personalidade é uma Forma-Pensamento https://alquimiainteriorbrasil.com.br/conheca-te-x-a-personalidade-e-uma-forma-pensamento/ Mon, 16 Oct 2017 22:05:06 +0000 http://alquimiainteriorbrasil.com.br/?p=482 Por Zulma Reyo. Publicado originalmente em Lamujerinterior

É admirável lutar pelo que acreditamos, pelo que nos apaixona, pelo que amamos e sustentamos como um ideal no mundo que nos oferece a liberdade de expressão. Estas coisas poderiam definir o que nos agrada e o que nos diverte, mas seria ir longe demais e nada apropriado dizer que definem “quem” somos. É absurdo quando uma pessoa se identifica com etiquetas que descrevem a aparência, as características de comportamento, a religião ou até a preferência sexual dizendo “isto é o que sou!”. Estas são qualidades, sentimentos e crenças que envolvem a força interior que lhes dá poder. A sociedade apoia este processo rápido de identificação, que permite nos manejar como se fôssemos um produto. O pior, muito pior, é que definimos uns aos outros e a nós mesmos desta maneira.

Um ser humano não é um objeto que possa ser definido. A psicologia pode observar o comportamento da personalidade e catalogá-lo, mas nunca poderá etiquetar um ser humano. O ser humano representa um espaço amplo de possibilidades: um foco central, invisível e todo-poderoso que cria a si mesmo e a seu mundo. Por meio da sua vontade, constrói todos os tipos de formas, qualificando-as e dirigindo-as ao mundo para jogar com elas e vivê-las. É livre para aderir a qualquer forma que concebe e livre para criar uma infinidade delas. Um ser humano é independente de suas criações. Devemos compreender isto se queremos ser pessoas poderosas e felizes que possam alterar o mundo favoravelmente.

“O que sou?” talvez seja a pergunta mais importante que um ser humano possa fazer. A resposta determina se é livre para criar e viver suas criações plena, consciente e arrebatadamente ou se permanece aprisionado pelos estilos, pressões e tempos da mente coletiva. Obviamente, descobrir o que realmente somos não está entre os interesses da sociedade.

Somos uma fonte eletromagnética e temos a habilidade para usar a matéria pelo fato de estarmos imersos nela. Nossas criações mais importantes são o corpo e a personalidade. Nós os modificamos constantemente e todas as demais criações nossas partem desta perspectiva básica. Tudo o que fazemos nesta terceira dimensão é um jogo de energias que emitimos e recebemos, criando um baile com os elementos. Estamos constantemente manejando água, fogo, terra e ar por meio de cada desejo, rejeição e projeção, grande ou pequena, emitida ou percebida. Cada forma obedece à vontade do emissor e regressa a ele com força maior. Este é um fato que pode ser bom ou terrível.

Nossa personalidade está composta por uma infinidade de unidades menores, ou seja, pensamentos animados pelo apego emocional. As preferências, manias, obsessões, gatilhos, condicionamentos e reflexos determinam o comportamento que exibimos. As sub-personalidades adquirem vida por meio do nosso envolvimento, alimentando-se das energias liberadas pelo corpo, mente e emoções. Elas permanecem ao nosso redor, seu criador, até que, esfomeadas, exigem, uma vez mais, que as alimentemos. Produzem uma experiência tão intensa de identificação com a própria pele, com o sentimento pessoal e com a crença subjetiva que não é de surpreender que o sujeito chegue a acreditar que “isto é quem sou!”.

Não temos consciência de construir as formas-pensamento da personalidade. Apenas respondemos aos imperativos do corpo, apetites emocionais e ideias atraentes. A identificação ocorre depois de um período de tempo. Respondemos a hábitos em casa ou seguimos a corrente da atualidade, a moda, as necessidades e as conveniências da época. De repente, o comportamento que demonstramos parece comprovar que isto é, de fato, o que somos e não temos lembrança de ter dado permissão a esse comportamento. Os pensamentos e sentimentos dos outros se aninham, então, em nosso corpo, mente e emoções.

Tanto tempo quanto o que existe a humanidade, e talvez antes, as formas-pensamento tem estado no núcleo dos ensinamentos espirituais em círculos fechados. Uma forma-pensamento é uma unidade que contém os dois tipos de poder que o ser humano possui. Requer, portanto, a ativação dos nossos poderes naturais: a mobilização de energia vital, mental e emocional. E requer, também, Consciência diferenciada.
Assim em cima como embaixo, em nosso mundo de todos os dias, alimentamos nossas criações com nossa própria “substância”, embora sejamos incapazes de ver isto acontecendo. As criações podem ser tangíveis e intangíveis, tal como os anseios, os desejos, um pequeno projeto. Cada criação começa com um molde que construímos por meio da visualização e do sentimento. Em outras palavras, por uma imagem mental e uma emocional. Cada imagem projeta energia vital. Este é conhecimento energético padrão nas tradições esotéricas. As formas-pensamento são o ingrediente básico da Criação.

Nem todas as formas-pensamento são iguais. Uma forma bem feita é construída por uma mente focada, colorida por energia emocional suficientemente flexível para sustentar as flutuações da nossa libido e das influências do mundo ao redor. É uma construção deliberada e não um vago desejo, uma expressão de ira repentina ou um pensamento-desejo. Se a emoção é suficientemente forte, a forma-pensamento tem possibilidade de durar e alcançar seu objetivo efetivamente. Se a criação está construída sob o impulso emocional, projetará este tom a seu objetivo.

A qualidade da emoção determina a forma-pensamento e seu alcance. Um pensamento construído sem emoção permanece com quem o criou, rodeando-o e, com frequência, aderindo à sua aura. Uma emoção equilibrada e consciente, quando veste um conceito inteligente, anima-o e o mobiliza em direção a seu fim com êxito, trazendo em seu regresso o mesmo conceito ampliado. As formas-pensamento personalizadas, e não importa o quão poderosas sejam, são emitidas com velocidade supersônica, mas realizam caminhos que são extenuantes para seu criador.

Para meu grande horror, Daskalos, o mestre que me ensinou isto, dizia que uma vez criada, a forma-pensamento nunca poderá ser desfeita. Como extensão de nosso próprio ser, ou personalidade, nossa criação vive para alcançar seu objetivo. Não há arrependimento ou outras intenções que alterem isto. O único recurso é se conscientizar e construir formas-pensamento paralelas que, até certo ponto, possam aliviar os efeitos severos produzidos por desejos ou formas-pensamento impulsivas, pessoais e emocionais gerados automaticamente.

A sociedade atribui tremenda importância ao pensamento positivo e à aparência harmoniosa, mas não nos ajuda realmente a construir formas-pensamento positivas. Pouca atenção é dada ao importante ingrediente que é a qualificação emocional. Quando uma forma-pensamento é acompanhada por emoções realistas, sensíveis, inteligentes e geradas conscientemente, os efeitos são duradouros, curadores e reestruturam nosso mundo. As emoções geradas deveriam ser tão potentes quanto a clareza do pensamento. Juntos criam uma condição humana melhor.

Dada nossa condição, infelizmente, na sua maioria, os pensamentos são criados automaticamente, de forma acidental, mal formados, caprichosos, confusos e carecem de precisão e da força de uma mente bem formada. As emoções são produzidas da mesma forma. Dispersam-se quase imediatamente, criando lixo ao nosso redor e no mundo astral, irritando a todos os que nos cercam e pesando sobre nós, em lugar de criar revoluções genuínas. Assim, estes maus hábitos contribuem para a discórdia em nosso mundo.

Então, o que podemos fazer? Cabe pensar que temos que nos conscientizar urgentemente sobre os temas dos nossos pensamentos e emoções e da qualidade energética que disparamos automaticamente. Distanciarmo-nos de nosso pensamento somente reprime as formas-pensamento, enterrando-as mais profundamente. Substituí-las apenas imprime uma forma mais digerível sobre a versão antiga sem tocar nas emoções de base que continuarão atuando. Criar um espaço entre os pensamentos, como nos ensina a meditação oriental, ajuda a liberar nosso apego, mas não alcança a causa dentro da natureza do meditador que continua a criar mais do mesmo. Somente a observação com consciência e o manejo consciente dos diferentes tipos de força como experiência nos permitirão dominar a construção de formas-pensamento até que se convertam em veículos positivos que sirvam a propósitos evolutivos.

O que somos é inteiramente independente das nossas criações, mas o que “pensamos” ser está totalmente aprisionado por elas. A menos que compreendamos nosso poder de criação, particularmente como se aplica a nosso veículo primário de expressão, a personalidade continuará a ser controlada pelas nossas criações. Isto ocorre dentro de cada um de nós de maneira aparentemente inofensiva e, às vezes, estranha.

As partes mais difíceis e obscuras do subconsciente, que a tudo qualifica, estão construídas sobre formas-pensamento negativas e inconscientes. Os próximos artigos desta série, CONHEÇA-TE, ilustrarão como isto tudo funciona na ira, orgulho, inveja e nos outros chamados Sete Pecados Capitais que influenciam, direta e indiretamente, as personalidades “normais”. Veremos o que podemos aprender e resgatar do nosso subconsciente.

Tradução: Claudia Avanzi

]]>